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Panorama Eleições: Major Denice prioriza Educação e planeja potencializar atuação do município na Segurança

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Bnews - Divulgação

Publicado em 23/10/2020, às 16h45   Luiz Felipe Fernández


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A candidata do PT à prefeitura de Salvador, Major Denice Santiago, foi a entrevistada desta sexta-feira (23) do quadro Panorama Eleições 2020, promovido no perfil do BNews no Instagram. Na conversa, a postulante afirmou que quer priorizar a Educação e, caso eleita, vai investir na atuação do município na Segurança.

Confira abaixo a entrevista completa com Major Denice Santiago (PT):

Queria que a senhora comentasse essa proposta de Educação Integral. Como alcançar esse objetivo de ampliação do número de vagas em escolas, creches?

Educação é uma das pautas prioritárias da nossa gestão, né? Quando fomos unir nosso diálogo pro plano de governo, essa foi uma das pautas que vieram com maior força, maior prioridade. Educação não é o único caminho, e estamos pensando na cidade do futuro. A Educação vai começar, enquanto psicóloga de trago isso, desde o "zero ano".

O período da creche, a construção do desenvolvimento de inteligênia, ela é importantíssima. Por isso, a gestão pública municipal precisa potencializar essa ação. Vamos aumentar o número de creches, mas também considerar as parcerias com creches comunitárias. A Educação ela se dá na sala de aula, com o currículo que está posto pelo MEC, secretarias de Educação, mas também acontece no cotidinao. Estamos trazendo pra dentro da lógica de Educação da prefeitura.

Vai ocorrer na sala de aula, com os elementos curriculares necessários e nos outros turnos, promovendo cultura, esporte, empreendedorismo, em outro idioma, enfim. Associando essa multiplicidade de fatores pra dento da escola, mas não tão somente nas escolas.

Como seria o programa de transferência de renda que a senhora propõe e ele seria implantado já no início do mandato?

O que nós identificamos é que Salvador é uma das capitais do desemprego, uma das que têm a maior taxa de desemprego do País. Esse, talvez, seja um dos problemas principais. Para além da transferência de renda, preciso falar desse ponto. Estou com obsessão por pautar a geração de renda na população.

A renda gera consumo, que gera arrecadação e, claro, mais fortalecimento das cidades, instituições e vai gerar o trabalho. Até fomentar esse círculo, que é importantíssimo, precisa e deve ser uma pauta prioritária da gestão. A pandemia já iniciou um, que é o "Salvador para Todos", que é necessário, mas penso além.

Penso que precisamos garantir a possibilidade de elas mesmas construírem e possuírem sua renda. "Meu Corre Certo" vai ser implementado a partir da nossa gestão, que, além de dar guia, microcrédito, vai dar também instruções de como fazer, equipamentos e desburocratizar a legalização do seu empreendimento.

Qual seu plano para estimular a Economia?

Os números da nossa cidade não são claros, não é algo tão transparente, não é acessível. Não vemos esses números. Não conseguimos dar um diagnóstico de Salvador, de arrecadação, porque não existe a transparência. O próprio Tribunal de Contas dos Municípios recomendou que melhorasse a transparência.

Quando você fala de Economia, a gente precisa pensar como a cidade se estabelece. Salvador é da informalidade, e, além de ser da informalidade, ela também é uma cidade que está focada em Turismo e Serviços. E as duas coisas estão correlacionadas. Pensar em Economia e trabalhar na Economia Solidária...pegar essas associações, cooperativas e profissionalizá-las. E a Economia Criativa, pegar toda essa criatividade que pulsa na cidade. Vamos criar o maior centro profissionalizante do País.

Quando o turista chegar em qualquer lugar, ele quer o atendimento profissional, cortez. Potencializar o Turismo, através da profissionalização dos nossos serviços. Além de reduzir, revisitar essa política tributária tão perversa, que acaba fechando empresas. Um dos quadros de baixa arrecadação está relacionado à falta de renda. Estamos trazendo 13 centros de inovação e tecnologia, que vai dar oportunidade para os talentos serem profissionalizados.

A senhora propõe um conselho municipal para a Segurança. Como seria?

O município tem responsabilidade direta com a preservação da Segurança Pública. O que este conselho e todos os outros pontos trata é dessa inversão da lógica de se pensar. Não precisamos construir instituições bélicas, técnicas, preparadas para o combate ao crime. Precisamos construir dois caminhos pra enfrentar a violência: tem o caminho do combate, ok, preisa ter, é técnico, mas a gente precisa fazer a prevenção.

Prevenção se faz a partir da escuta desse conselho, sentar com cada região da cidade e dialogar com suas necessidades. Também se faz com a iluminação pública, que é um risco para a segurança das pessoas, em especial para nós mulheres.

Nós sabemos o que é andar numa rua escura. Você associar ações de outras secretarias om a pauta da Segurança, transformar a Guarda Municipal numa guarda civil de direitos. Para mim, a guarda precisa proteger essa pessoas, prevenir a violência, contra a mulher, idosos, pessoas com deficiência, criança e adolescente, enfim. Precisamos pautar isso aí e sermos proativos.

É possível crescer e preservar o meio ambiente, considerando o cenário urbano que vivemos?

É super possível e super factível de se fazer e de se ver construir, quando se prioza as pessoas. Quando a gente não prioriza as pessoas, a gente vê esse cenário de completa destruição, onde vales belíssimos foram construídos pra deixar a cidade mais cinza. Progredir, caminhar pro futuro, sem destruir, em específico o meio ambiente. Estamos trazendo propostas de preservação das nossas fontes, do pouco que nos resta da Mata Atlântica. O replantio de árvores frutíferas, a gente pode tá alimentando pessoas a partir dessas frutas.

Gostaria que a senhora comentasse suas propostas para o esporte, levando em consideração a prevenção da marginalidade.

Eu sou mãe de um jovem e, também por conta disso, eu fui uma jovem de periferia com pouco acesso. Quando pautamos educação em tempo integral, estamos pautando exatamento a possibilidade do esporte. Não tô falando apenas de futebol, as pessoas pensam logo em futebol, mas é muito mais que isso.

Em outros países os talentos são potencializados, mas não pensamos isso. Trazer projeto de auxilio ao atleta, incentivo, apoio a esportistas, dialogando com as empresas a partir da contrapartida da prefeitura.

O esporte é esse espaço para que nossa juventude tenha uma outra forma de inspiração. Se a gente pode transformar isso também numa profissionalização esportiva, fomentar Saúde, Educação...eu pratiquei esporte e o esporte me ensinou a obedecer regras, trabalhar em equipe, competitividade sadia. Tudo isso gera valor, sim.

Há um diálogo com o governador para investimento na área esportiva?

Somos uma dupla correria. Temos o estádio, que está em Cajazeiras, mas continua não sendo utilizado na sua dimensão. Temos as praças, mas não são potencializadas. Um equipamento como esse pode fomentar uma outra atividade turística, pessoas vindo pra cá, pra quando sediarmos competições nacionais e internacionais. Não apenas trazer o esporte, mas aprendizagem pra juventude. Isso tem que acontecer mais próximo da comunidade. Eu e o governador estamos com um plano de construir um grande complexo esportivo, cultural. Sua filha entra na creche e sai no ensino médio.

Como seria esse fortalecimento do turismo gastronómico?

O turista procura nas cidades alguns pontos fundamentais. Salvador vive, a partir do governo Wagner, uma transformação na mobilidade. Hoje, o turista chega rapidamento no Subúrbio. Precisamos falar desses novos polos turísticos na cidade. Ali em Plataforma tem o Acervo da Laje. Com o VLT isso fica ainda mais potencializado. Por que não a gente não trazer uma perspectiva de novos circuitos? Tem muito mais a ser visto. Mapear Salvador. Salvador pode ter turismo religioso, gastronômico, do petróleo. Aqui foi encontrado o primeiro posto de petróleo do País. Salvador é um museu a céu aberto.

Qual sua proposta para a Atenção Básica?

Pensar em Saúde é exatamento isso: pensar na Saúde e não na doença. Proatividade, prevenção e atendimento. Nós precisamos ter um aumento na Atenção Básica, reforçar as equipes de Saúde da Família, e um maior diálogo com os agentes comunitários. Precisamos ter postos de saúde com médicos, equipes médicas, em todos os postos de Saúde. A partir daí, estamos trazendo mais quatro policlínicas completas. A gente não pode esperar que as doenças se instalem. Pensar na mulher, por exemplo. As grávidas de Salvador não conseguem realizar as oito consultas do pré-natal. Estamos garantindo nesses postos essas oito consultas, no mínimo. E vai receber enxoval completo, quem cumprir todo o protocolo.

O que o município ainda pode fazer para a saúde da mulher?

Para o município não há limite para cuidar das pessoas, tem que ter vontade, plano de governo. Pensando em mulher, por exemplo, a gente tá no "Outubro Rosa". Nossas mulheres fazem filas, adormecem em campanhas pra fazer um preventivo. Ou, agora, uma mamografia. O governador Rui Costa trouxe aqui pra Salvador o Hospital da Mulher, e tem salvo vida de muitas de nós, mas o ideal é detectarmos logo no começo e ser tratada. Na nossa gestão vamos construir a "Casa Maria da Penha".

Esse espaço que vamos agregar todas as instituições. Além da violência doméstica que sofre, não consegue sair de casa pra ir numa delegacia, Ministério Público...por esse percurso algumas de nós não têm nem dinheiro pra seguir. Existem os centros de referência que precisam ser potencializados.

E o que há de proposta para a comunidade LGBT? A gente sabe que muitas vezes os transexuais, por exemplo, são marginalizados.

Essa cidade tende a inviabilizar as pessoas. Escolhe aquelas que as gestões anteriores entendiam que eram dignas de serem vistas. A comunidade LGBTQIA+ foi empurrada para esses espaços, pra fora da sala de aula. Ela é empurrada quando não existe política pública pra empregar essas pessoas. Estamos mantendo diálogo com as empresas pra que a gente garanta cotas de trabalho para a população LGBTQUIA+. As pessoas costumam dizer que a comunidade não quer trabalhar, mas a oportunidade não aparece.

E política pública também garante a todos e todas acesso a todos os campos de trabalho, renda, enfm. Estamos formando um conselho pra debater soluçoes e um centro de referência, a exemplo do estadual, mas voltado ao município. E, a partir desse fórum de debate, conseguirmos promover, de fato, essa mudança.

E o acolhimento aos dependentes químicos?

Pessoas em situação de rua e com dependência química são avaliados por duas lógicas: a primeira é a consequência de estar em situação de rua, e a dependência é uma consequência. Precisamos analisar a violência que leva a essa pessoa a esse tipo de situação. Estamos trabalhando em um programa semelhante ao "Corra pro Abraço". Isso é tratar a consequência, mas é redução de danos. Isso pode causar uma temeridade, de achar que compactuamos com o vício. De forma alguma.

Reduzir danos é se preocupar com a vida das pessoas. Não vou desistir de um cidadão ou cidadã que se encontra em dependência química. O absurdo é quando se faz de conta que são invisíveis. O programa de redução de danos estará associado à desintoxicação. Ela não pode ser imposta. A psicologia me ensinou muito sobre isso. Nenhuma mudança comportamental pode ser imposta.

Gostaria que a senhora falasse um pouco sobre a mobilidade urbana de Salvador.

A mobilidade urbana de Salvador sofreu uma transformação, revolução, com Wagner e Rui. E eu vou dar continuidade a esse projeto. Abrir novas vias, que vai interligar Cajazeiras, Sussuarana, nova Avenida Gal Costa e 29 de março, dando mais fluidez e aproveitando a transformação que Rui fez na cidade. Vamos trazer frota de ônibus com ar-condicionado, limpos, que não andem lotados e interligado ao metrô e VLT. Vamos ter essa interligação de transporte com bilhete único. Quando a gente pensa nisso estamos pensando na pessoa, na dignidade dessas pessoas.

Considerações finais

Quero agradecer ao BNews e a você por essa oportunidade de bater um papo. Pedir a todo mundo pra votar nessa mudança que eu represento, votar no 13. Chama teu amigo, vizinho, todo mundo, porque sei que,juntos, vamos conseguir. Agora é a nossa vez de fazer uma cidade mais feliz, digna, mas humana. Dia 15 de novembro vota 13, é a vez da voz, é a sua vez.

Classificação Indicativa: Livre

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