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Otto quer convidar Guedes e presidente do BC para discutir preço dos combustíveis em comissão

Imagem Otto quer convidar Guedes e presidente do BC para discutir preço dos combustíveis em comissão
Bnews - Divulgação

Publicado em 21/03/2021, às 08h00   Pedro Vilas Boas


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O senador baiano Otto Alencar (PSD) foi eleito presidente da Comissão de Assuntos Econômicos. Como uma das primeiras ações, quer fazer um requerimento para convidar o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente do Banco Central para discutir a alta nos preços dos combustíveis.

Na primeira entrevista da série de conversas que o BNews está promovendo com os parlamentares baianos eleitos para presidir comissões, Otto também reconhece o enfraquecimento da "CPI da Covid" no Senado após a saída de Eduardo Pazuello do Ministério da Saúde e diz que pode não concorrer ao governo da Bahia em 2022, se for melhor para os deputados estaduais e federais.

Confira abaixo os principais trechos da entrevista com o senador Otto Alencar (PSD):

BNews: Quais as prioridades da comissão neste momento?

Otto Alencar: Primeiro, discutir com os órgãos do governo federal, do poder executivo, as políticas públicas para o equilíbrio de três pontos da economia que podem se fragilizar esse ano: primeiro é a questão do juros, que já se fala em aumentar o juros; segundo item é a inflação, o dólar, que tá subindo demais e o custo de alguns insumos que, a meu ver, precisa de um controle maior por parte de alguns órgãos desse setor. Por exemplo, o preço dos combustíveis tá subindo demais.

Aprovei um requerimento na primeira reunião da comissão convocando o presidente do Cade [Conselho Administrativo de Defesa Econômica] para uma audiência pública. Vou até ampliar isso, colocar os diretores da Agência Nacional do Petróleo [Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)], porque tem que dar um freio nessa questão dos combustíveis.

Não sei por que o presidente da República não faz, porque tem mecanismo pra isso. Eu até sugeri, mas acho que foi porque eu sugeri que ele não deu atenção. Ele pode mandar a Agência Nacional de Petróleo cancelar a resolução 43, que favorece os atravessadores. E fiz um projeto de decreto legislativo cancelando essa portaria, aprovei no Senado, ficou na Câmara, o Rodrigo Maia [então presidente da Câmara] não colocou pra votar.

BNews: Já tem data para ouvir na comissão o presidente do Cade?

Otto: Ainda não tem data, vamos marcar, por causa da pandemia não deu. Outra coisa, Bolsonaro quer baixar os combustíveis? Cancela a contribuição de domínio econômico. Então, o presidente tem mecanismos pra fazer. Não quer fazer pra exatamente jogar nas costas dos governadores.

BNews: O presidente do Senado pediu para a comissão organizar uma discussão com o ministro da Economia sobre a situação econômica atual, não é?

Otto: Vamos fazer um requerimento, convidar o presidente do Banco Central e o ministro da Economia. Queremos saber porque esses preços tão aumentando tanto, derivado de petróleo, resinas.

BNews: Mudando um pouco de assunto. Agora que Pazuello foi substituído, o senhor ainda acha válida uma "CPI da Covid"?

Otto: Enfraqueceu muito, porque o Pazuello era, talvez, o alvo mais determinado pelo requerimento que foi feito. Era pra investigar a atuação dele, omissão, negligência na crise. Claro que ia ter desdobramento, porque muitos senadores falavam em chamar governadores.

Acho que vai ser difícil implantar agora. Implantar agora não funcionar, porque CPI não funciona em sistema remoto. Acho que, melhorando aí a situação da crise sanitária, acho que vale, lá na frente, investigar isso.

BNews: Qual sua avaliação sobre Marcelo Queiroga?

Otto: Todo médico, quando vai receber o seu diploma, ele faz o juramento. Todo médico deve cumprir o que jura. Ele não deve se submeter a determinações do presidente, que não é médico, não tem conhecimento médico e tem sido, ao longo desses meses na "era Pazuello", o ministro da Saúde.

E Bolsonaro foi quem receitou hidroxicloroquina, andou falando em spray que não existe, que mandou relaxar máscara. Pessoas morrendo e ele passeando de jet ski, tomando banho de mar. Então, se o Queiroga for ter o comportamento de Pazuello, as coisas vão continuar como estava. Eu creio que não, ele tem um currículo bom, presidente da Sociedade de Cardiologia.

BNews: Trazendo a conversa para o âmbito local. O que o senhor achou do PT baiano já lançar Wagner candidato ao governo?

Otto: Normal. Os partidos tão lançando seus candidatos. Tem o do Democratas, que é Neto, o PT lançou, eu já fui lançado várias vezes pelo interior afora pelo PSD. Hoje mesmo [dia 16] um prefeito amigo meu me ligou dizendo que me lançou candidato ao governo. Agora, não é momento de fazer campanha. Vou decidir isso lá pra 29 de março de 2022 [quando sempre lança suas candidaturas]. No entanto, sempre foi do meu pefil conversar, discutir, analisar e fazer um esforço grande pra manter a base unida.

BNews: Mas no caso do PT foi oficializado pelo partido...

Otto: Eu sou presidente do partido, eu mesmo não posso me lançar. Tô esperando a decisão partidária. Se houver um lançamento que favoreça a eleição para os deputados estaduais e federais, sinceramente, eu posso declinar de uma posição maior, pra ajudar os que me seguem.

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