Artigo

Comemorar o quê?!

Arquivo Pessoal
Líder espírita discute "comemorações" na Semana da Mulher  |   Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 06/03/2023, às 13h35   José Medrado*b



Esta semana será toda dedicada à mulher, em função do seu Dia Internacional, 08 de março. Será o dia em que a maioria dos homens vão dar flores, chocolates, bombons em geral às suas companheiras, funcionárias, amigas... Todavia, elas não querem nada disso. Elas querem e buscam cada dia mais por respeito, dignidade equânime com nós homens. Infelizmente, a luta delas parece inglória, haja vista que vemos uma crescente onda de violência contra a mulher, destacada por alguns institutos de pesquisas como o Instituto Sou da Paz, Instituto Patrícia Galvão, em parceria com o Ipec e apoio do Instituto Beja, e ainda o relatório Violência contra mulheres em 2021, elaborado para o Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2022, realizado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública

A situação de agressão em todas as áreas contra as mulheres nasce, em geral, de uma a ideia preconceituosa e totalmente descabida que percebe as mulheres como inferiores aos homens, o machismo, é, portanto, o reflexo de uma construção histórica, social e culturas que precisa ser demolido, como instrumento de reparação e valoração da cidadania igualitária entre todos os brasileiros, independentemente de qualquer situação de gênero.

Assim, vejamos, os absurdos que ocorrem com as mulheres no Brasil: Os corpos das mulheres seguem sendo interpretados como bens públicos, já que quase metade delas afirma ter sido tocada sem consentimento num espaço coletivo; uma menina ou mulher é estuprada a cada 10 minutos; três mulheres são vítimas de feminicídio a cada um dia; 26 mulheres sofrem agressão física por hora; uma em cada 4 mulheres agredidas declara que a violência doméstica acontece com frequência; 25% das mulheres lésbicas sofreram discriminação em atendimento ginecológico; apenas 2% dos cargos de direção e gerência são ocupados por mulheres negras; 

Sete em cada 10 mulheres assassinadas com arma de fogo são negras; uma travesti ou mulher trans é assassinada no país a cada dois dias.

O pior dessas amostragens é que, infelizmente, a dependência econômica do parceiro, o medo de morrer e ou de perder a guarda dos filhos são os principais motivos que impedem mulheres de deixar relações violentas. O Estado brasileiro precisa ser mais presente nessas situações, não apenas protegendo, mas dando respaldo às decisões das mulheres de se separarem, buscarem a sua liberdade da opressão e agressões de toda natureza. 

A Lei Maria da Penha funciona ainda que alguns agentes do Estado não sejam diligentes, prontos na proteção das vítimas, razão pela qual  é muito importante que as vítimas denunciem e que prossigam cobrando providências! É muito importante que as ameaças sejam levadas também em denúncia à Defensoria Pública da Vítima, bem como junto ao Ministério Público do Estado e se a atenção não for dada como se deve, vale o ditado popular: “ponha a boca no trombone” e denuncie os agentes públicos negligentes. 

E registre o Ligue 180, em caso de violência contra a mulher. Funciona diariamente durante 24h, incluindo sábados, domingos e feriados. O serviço existe em todas as plataformas, as denúncias são gratuitas, anônimas e recebem um número de protocolo para que o denunciante possa acompanhar o andamento, e pode ser qualquer pessoas que saiba da violência, não, necessariamente, a mulher violentada. 

*José Medrado é diplomado em Letras Vernáculas pela Universidade Católica do Salvador, onde também cursou filosofia. Funcionário Público Federal aposentado do Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. Membro da Academia Brasileira de Ciências Mentais. Mestre em "Família na Sociedade Contemporânea" (UCSal), e idealizador e fundador da Cidade da Luz, em Salvador, Bahia. Possui múltiplas faculdades mediúnicas, é conferencista espírita, tendo visitado diversos países da Europa e das Américas, cumprindo agenda periódica para divulgação da Doutrina, trabalhos de pintura mediúnica e workshops.

O texto não reflete, necessariamente, a opinião do BNews.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp