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Na Sombra do Poder: Castração eleitoral 

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Os bastidores da política baiana  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes sociais/ Pixabay/ Divulgação

Publicado em 29/10/2020, às 05h00   Editoria de Política


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Castração eleitoral
O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) colocou luz sobre a curta carreira política de Marcell Moraes e escancarou, por unanimidade, que a narrativa de ‘protetor de animais’ teve como pano de fundo falseadas ações de filantropia com fins eleitoreiros e abuso de poder econômico na eleição de 2018. Marcell amanheceu na terça-feira (27), dia do julgamento, certo de que teria o mandato cassado e antecipou o lamento com mensagens em diversas redes sociais. Ao final do veredicto do TSE, voltou a chorar as pitangas, mas com direito a uma transmissão ao vivo no Instagram, que foi uma simbiose de indignação, desabafos e delírios... tudo regado a vinho “para relaxar”, como ele mesmo disse. Indefensável, Marcell sofreu uma castração eleitoral coletiva pelos ministros da Corte Superior, que - ao contrário do TRE-BA - interromperam a continuidade do DNA. 

Do McDonald's ao Palácio de Ondina?

Na live, Marcell lembrou que, quando trabalhava em uma rede de fast food, os colegas riam quando ele dizia que seria vereador. Isso o motivou a estabelecer uma meta de vida: quer ser governador da Bahia. Será que o protetor dos animais pretende hospedar a cachorrada no Palácio de Ondina?

Farinha pouca
Em outros tempos, a perda de mandatos de dois deputados de oposição em menos de 15 dias provocaria um alvoroço na AL-BA. Mas, em época de campanha, a coisa já muda de figura. Com os parlamentares correndo atrás de votos para os aliados, a perda de mandatos dos colegas ficou em segundo e terceiro planos. Como diz o velho ditado: "farinha pouca, meu pirão primeiro". 

Posto vazio

Falando em bancada de oposição, essa que já era fraca, agora está correndo o risco de perder um deputado. Caso a recontagem dos votos anulados pelo TSE culmine na perda de um parlamentar da coligação, o grupo ficará ainda mais abatido. E, diga-se de passagem, se tem uma coisa que Targino sabe fazer é alarde no púlpito do plenário. Resta saber quem vai "assumir" esta função. 

Já pode pedir música
Com a cassação de Marcell, a oposição chega à terceira baixa em 2020. Pastor Tom e Targino Machado também sucumbiram nas Cortes Superiores e, juntos com Marcell, formam a trinca do prejuízo da bancada da minoria na AL-BA. Uma resenha interna brinca que o líder Sandro Régis já pode pedir música no Fantástico. Maldade!

No bico do corvo

Os irmãos Marcell (PSDB) e Marcelle Moraes (DEM) estão a ponto de perder completamente a influência política após a cassação do agora ex-deputado e as dificuldades para reeleger a vereadora. O tucano, que coleciona desafetos, agora está apostando todas as fichas na campanha da "maninha", que, se não for eleita, sepultará de vez a influência do clã Moraes.

Ciumeira dos gigantes
Se tem uma coisa que tá rolando no grupo do prefeito ACM Neto é ciúmes. Alguns candidatos a vereador estreantes têm causado ciúmes nos mais antigos. Até briga por causa de vídeo já rolou.

Desviando de polêmicas
O prefeito ACM Neto está fazendo de tudo para desviar de assuntos polêmicos, a exemplo da discussão em torno da venda do terreno do Parque de Exposições, na Paralela, que o governo estadual já deu o primeiro passo. A NSP apurou que, pelo menos até dia 15 de novembro - data do primeiro turno das eleições -, o “fiador” da candidatura de Bruno Reis (DEM) se manterá reservado.

Quase insosso
O debate da TVE escapou por pouco de ser mais um encontro insosso entre os candidatos à prefeitura de Salvador, graças à metralhadora de Hilton Coelho (PSOL), que não poupou nem Olívia Santana (PCdoB). Isidório, polido nessa versão 2.0, só movimentou o debate quando chamou “o charmoso Bacelar” para o embate, mas que acabou ficando numa troca de amenidades. Por outro lado, Olívia e Denice jogaram pra cima a irmandade e pegaram caminhos diferentes em busca de visibilidade. 

Bigodinho

A disposição do microfone e o enquadramento definitivamente não favoreceram Celsinho Cotrim, que, em alguns momentos, parecia estar com o bigodinho a la Hitler... nada compatível com sua construção democrática.

ACM Neto debochado

Se teve alguém que parece ter curtido o debate foi o prefeito ACM Neto, que até ficou nas redes sociais fazendo gracejos. Provocado por uma seguidora do Twitter se o debate era uma espécie de todo mundo contra Bruno Reis, ele soltou essa pérola: “Acho que formaram um grupo no Whatsapp entre eles chamado: ‘Mais que amigos, friends"

Escolinha do Professor Isidório

Como o BNews revelou, Isidório e a cúpula do PSD começaram a espernear com a exclusividade do governador Rui Costa à campanha de Denice e encontraram uma maneira didática de reivindicar atenção: colocaram os caciques Rui e Wagner sentados, literalmente, na “Escolinha do Professor Isidório”, durante a inauguração do pavimento de escola técnica na fundação administrada por ele, na última segunda (26). A sanha de Isidório pelos dois foi tamanha que até os jornalistas tiveram dificuldade em fazer perguntas ao governador na sala de aula.  

Diferenciado
Do alto de sua sapiência jurídica e dos respeitados cabelos brancos, o professor e vereador Edvaldo Brito, de 83 anos, chamou atenção ao aparecer em uma das sinaleiras mais movimentadas de Salvador pedindo votos para sua reeleição. A cena repercutiu positivamente e foi um tapa de luva para a turma que fica no sofá achando que vai ganhar eleitorado com lista de transmissão e cards nas redes.

Estranho, hein?
Um candidato a vereador de Salvador, aluno do programa RenovaBR e muito próximo a um prefeiturável soteropolitano, pagou R$ 20 mil a uma advogada para o serviço de panfletagem durante a campanha eleitoral. No entanto, a advogada diz que está dando apenas "uma força" ao candidato. Aliás, vendo os gastos divulgados pelo futuro — ou não — edil, não se acha nenhum gasto com panfletos ou santinhos. Como diria o filósofo contemporâneo Magary Lord: estranho, hein?

Classificação Indicativa: Livre

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