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ABAF comemora destaque na exportação da Bahia e diretor afirma: setor florestal é que mais cresce no Estado

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Gerando 240 mil empregos diretos e indiretos, setor florestal teve participação de 18% na exportação da Bahia  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza / BNews

Publicado em 20/12/2017, às 16h51   Caroline Gois



Gerando cerca de 240 mil empregos diretos e indiretos e alavancando a economia do interior da Bahia, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal (ABAF), comemora o balanço anual e o destaque que teve na exportação do Estado. De acordo com dados disponibilizados pela Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB), a Bahia exportou U$S 6.8 bilhões em 2016. O setor florestal teve participação de 18%, com U$S 1,2 bilhão. Na sequência, outros setores importantes como o de Química e Petroquímica, com 13% (U$S 880 milhões); o setor de Cobre e outros Metais com 12% (U$S 816 milhões) e o de Produtos do Agronegócio com 11,4% (U$S 780 milhões). 

"O setor florestal é um dos setores de destaque. Não há outro setor da economia que tenha tanta possibilidade de crescimento, de desenvolvimento, com investimento razoavelmente pequeno e que possa gerar emprego, renda e desenvolvimento regional", comemorou o diretor executivo da Abaf, Wilson Andrade, durante almoço realizado no Restaurante Amado, em Salvador, do qual o site BNews foi convidado a participar. No encontro, foram apresentados o crescimento e a expansão do setor, que ganha ainda mais força na Bahia. 

"O nosso setor recebe alavancagem de cinco outros segmentos. Por exemplo: se Construção Civil crescer, o nosso setor vai demandar madeira e assim, o nosso setor florestal cresce. Papel e celulose. Basicamente é feito a partir de eucalipto que é o nosso grande demandante de madeira. O setor de energia que é uma coisa nova. Energia elétrica, a partir de madeira com preço competitivo, inclusive, com hidrelética e mais competitvo que energia solar e eólica. Tem espaço pra todo mundo, mas nosso setor se mostra realmente competitivo nessa área em termos de gerar energia o tempo todo", ressaltou.

De acordo com o diretor, há uma vantagem no setor que beneficia todo o Estado. "O nosso emprego está no interior, em diversas regiões. São quatro pólos de produção - Sul, Extremos Sul, Litoral Norte até Sergipe,  Oeste da Bahia e região de Vitória da Conquista. Eu creio que o emprego gerado no interior vale por dois. Desenvolve a região e desconcentra a economia da Bahia que está muito concentrada na região metropolitana - Salvador, Camaçari, Alagoinhas", disse.

PDI - Programa de Desenvolvimento Integrado
Pensar a Bahia até o ano de 2035 com estratégias que contemplem os diversos segmentos da sociedade é o grande desafio da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SDE), Secretaria de Planejamento (Seplan) e Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (Codes), em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR). O objetivo é romper um histórico de 40 anos abaixo de 50% da renda per capita nacional.

Descentralizar a economia da capital e região metropolitana, redistribuir a renda e os empregos para o interior são alguns dos desafios que a Abaf busca superar. "Este é um caminho e não adianta o empresário pensar sozinho. A academia, o Estado e o empresariado devem estar unidos com esta preocupação. Eu não consigo produzir mais se eu não consigo escoar minha produção, se eu não tenho estrada, se eu não tenho Portos e, pra isso, também não pode licitar ou promover um Porto ou uma rodovia se não tiver a segurança de que vai haver a ferrovia", explicou, lembrando da Ferrovia Oeste-Leste. "Tem um processo de demora em sua concepção e quem sabe um dia possa ser estendida pra chegar até o pacífico, o que ajudaria muito as nossas exportações de tudo - não só de grãos, mas de tudo", pontuou.

Questionado sobre os desafios do setor, Wilson Andrade listou alguns que dificultam o desenvolvimento do negócio e impedem uma ampliação da economia. "As dificuldades são a nível nacional. Há um certo impedimento, uma certa insegurança quanto a vinda de investimentos estrangeiros para o país. Ou seja, há restrições que estamos negociando no Congresso e esperamos que Brasília se normalize um pouco mais a partir deste novo ano", disse.

Já no quesito operacional, Andrade foi taxatixo: "tem que melhorar e muito. Os setores da economia como as empresas que ficam no Pólo Petroquímico estão dispostos a investir, por exemplo, no Porto de Aratu. As da região Sul têm interesse em investir no Porto de Ilhéus. A parte de ferrovias é a mesma coisa. Nós precisamos mandar nossa carga de forma mais eficiente. É preciso haver uma combinação de ações dos players que jogam no mercado - Governo Federal e Estadual e aí é fácil atrair investimentos. Se nós nos organizarmos vamos, sem dúvida nenhuma, atrair grandes investidores", concluiu. No evento também estava presente o presidente da ABAF, Sebastião Andrade, empresários e parceiros da Associação.

ABAF
O setor de base florestal na Bahia se uniu para criar, em 2004, a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal - ABAF. Para isso, foi preciso atuar para além da própria cadeia produtiva: dialogar com as comunidades direta ou indiretamente influenciadas pela atividade de base florestal, com a sociedade civil organizada, com os Governos e parlamentares para sedimentar os alicerces para um crescimento ordenado e virtuoso. Essas práticas fazem parte de uma atividade constante, uma vez que há sempre novas demandas e frentes de atuação em um segmento pulsante como o de florestas. 

A ABAF representa as empresas de base florestal do estado, assim como os seus fornecedores. Essa pluralidade dá à associação a possibilidade de planejar e agir com respaldo nos mais variados âmbitos e em horizontes largos. Por isso, a ABAF fomenta a pesquisa, investe na coleta e tabulação de dados, a exemplo do anuário Bahia Florestal, cuja função expande sua rede de associados. 

Ela também desenvolve campanhas de educação ambiental  e de conscientização da sociedade e dos agentes de cada elo da cadeia produtiva, com temas que vão desde o uso sustentável da floresta e seus produtos, até as relações de trabalho. Essas ações contribuem para desfazer muitos dos mitos que ainda pesam sobre o setor e, em contraponto, enfatizam o seu caráter preservacionista e os benefícios sociais que vêm a reboque da chamada Economia Verde que podem e devem ser compartilhados pelo grande público. 

Classificação Indicativa: Livre

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