Com movimentação bilionária, modelos de negócios circulares interessam consumidores; veja como funcionam

Entre setembro de 2022 e setembro de 2023, houve um significativo aumento nas buscas por opções de consumo mais sustentáveis no Brasil, conforme revelado por um estudo da Semrush. O termo "brechó perto de mim" obteve um crescimento de 175%, enquanto "brechó roupas usadas baratas" apresentou um aumento de 128.6%. Paralelamente, às pesquisas por "aluguel de roupas" também registraram um aumento de 50% nesse período.

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Em 2023, questões relacionadas à sustentabilidade e às mudanças climáticas lideraram as buscas por temas sociais no país, com uma média de 1.58 milhão de buscas mensais, conforme dados divulgados pela Semrush em novembro do mesmo ano. 

De acordo com a análise de Guilherme Suertegaray, gerente sênior de projetos na Fundação Ellen MacArthur e responsável pelo relacionamento com as grandes empresas da rede na América Latina, o comportamento dos consumidores apresentado na pesquisa da Semrush reforça o grande potencial dos modelos de negócios circulares e o interesse das pessoas em fazer parte de uma economia que seja positiva para o meio ambiente e, consequentemente, para a sociedade.

O relatório “Modelos de negócios circulares: Repensando os modelos de negócios para uma indústria da moda próspera”, publicado em 2021 pela Fundação Ellen MacArthur, mostrou que a revenda, o aluguel, o reparo e a refabricação de roupas pode vir a representar 23% do mercado global de moda até 2030, representando uma oportunidade de 700 bilhões de dólares.

Modelos de negócios circulares podem reduzir o impacto ambiental da indústria da moda, como a emissão de gases de efeito estufa, que chegou a cerca de 2,1 bilhões de toneladas em 2018.

Contudo, é importante ressaltar que para atingir o potencial de redução, os modelos circulares precisam vir acompanhados de um olhar de economia circular voltado para o início da cadeia de produção da moda. Isto é, precisamos criar produtos que sejam mais duráveis e feitos para circular, para que eles possam permanecer em uso e dentro da economia por mais tempo.  

Em discurso alertando que o aquecimento global está perdendo espaço na agenda dos políticos no mundo, o secretário-executivo da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, Simon Stiell, discursou, em evento no Think-Thank Chattan, em Londres, no dia 10 de abril, que os anos de 2025 e 2026 são essenciais para salvar nosso planeta, com ações em prol de uma possível reversão dos atuais níveis de emissões de gases de efeito estufa e consequente contenção das mudanças climáticas.

“Ainda temos uma chance de fazer com que as emissões de gases do efeito estufa caiam, com uma nova geração de planos climáticos nacionais. Mas precisamos desses planos mais fortes, agora”, declarou Stiell. 

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