Mercado editorial abre portas para novas possibilidades de empreendimento; saiba quais

Publicar um livro e ter suas histórias, pesquisas e ideias nas vitrines das livrarias é o sonho de muitas pessoas. No entanto, o mercado editorial impõe uma realidade desafiadora para os autores que buscam por editoras que se interessem e acreditem em seu trabalho. O processo longo e custoso, com alta rejeição de manuscritos e baixos ganhos de direitos autorais, é sem dúvidas uma barreira limitante para os novos escritores.

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O desinteresse em seguir carreira no segmento da escrita não é a única consequência da falta de inclusão e oportunidades no mercado editorial, com menos títulos inéditos disponíveis, e com o produto final encarecendo e os valores pagos por direitos autorais ficando em torno de 5%.

Contudo, a tecnologia tem oferecido soluções democráticas de novos modelos de negócios para um mercado literário mais acessível e diverso.

Hoje, é possível encontrar plataformas digitais como a UICLAP, que permite a publicação, venda, produção e distribuição de livros físicos, sem nenhum custo para o escritor.

Fundada pelos empresários Betinho Saad e Rui Kuroki, a plataforma atende tanto editoras quanto autores, e tem realizado o sonho de muitos de verem suas obras publicadas.

A obra publicada entra para a venda e é produzida somente quando há compra, sem criação de estoque, evitando desperdícios e contribuindo com o meio ambiente. O próprio escritor escolhe o valor a receber por exemplar vendido.

Além do apoio a publicações, o mercado editorial inclusivo também depende do incentivo não somente à leitura, mas, principalmente, à escrita. A professora Patricia Tenório, autora de obras como “Samanta” e “Breves estórias do tempo”, vem se dedicando aos estudos da Escrita Criativa há 20 anos e desde 2018 desenvolve a formação de novos autores através de seus cursos.

Nascida em Recife, Pernambuco, a vida literária de Patricia começou aos poucos. Com a carreira já estabelecida na escrita, foi no doutorado, juntamente com colegas escritores, que surgiu a ideia do primeiro Seminário Nacional em Escrita Criativa de Pernambuco, que evoluiu para um curso, conforme explica Patricia:

"Em 2018, propus um curso de escrita criativa na Livraria Cultura. Queria oito módulos temáticos independentes, então, se alguém quisesse assistir a um módulo específico, podia. Eu fazia uma parte teórica, uma prática com exercícios de desbloqueio e convidava escritores de Recife e Porto Alegre para falarem sobre seus processos criativos quando eu ministrava nessas cidades."

O curso ganhou destaque, abordando novos módulos e, com a pandemia, o formato online permitiu que os Estudos em Escrita Criativa se expandissem, introduzindo novos cursos e explorando as casas e obras de doze escritores brasileiros.

Ela agora expandiu a iniciativa denominada Estudos em Escrita Criativa em uma parceria com a Casa Zero, organização focada em projetos sociais na capital pernambucana, incluindo encontros presenciais, autores convidados, além de acompanhamento psicológico para os participantes, que podem ser de qualquer área de formação, jovens dos 18 aos 26 anos em situação de vulnerabilidade econômica e social.

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