Coronavírus

Itaberaba: Diretor do HC se justifica após vídeo exaltado e culpa Prefeitura por confusão com doses da vacina

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Segundo ele, 120 profissionais, entre contratados e terceirizados, atuam no hospital que é "100%" destinado ao atendimento de pacientes com Covid-19  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Instagram

Publicado em 22/01/2021, às 15h41   Luiz Felipe Fernandez


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Após ser flagrado em vídeo reivindicando que todos os funcionários do Hospital da Chapada, em Itaberaba, fossem vacinados, o diretor da instituição, Nadson Pereira, diz que não foi procurado pela Prefeitura.

Segundo ele, os 120 profissionais, entre contratados e terceirizados, atuam no hospital que é "100%" destinado ao atendimento de pacientes com Covid-19.

Ele acusa ainda a gestão do prefeito Ricardo Mascarenhas de vacinar pessoas ligadas ao município, em cargos administrativos, antes de imunizar os agentes de saúde que atuam na linha de frente do combate à doença.

O hospital publicou uma nota de esclarecimento em suas redes sociais, na qual pede o cumprimento da lei e questiona a vacinação de funcionários adminisitrativos de outras unidades de saúde. O texto salienta que a instituição não diferencia "rico" de "pobre", e "enfermeira" e "funcionária da lavanderia".

"Nós fomos a única unidade da Chapada Diamantina 100% Covid, temos 20 leitos de UTI e 20 leitos clínicos. A vacina chegou à Itaberaba no dia 20, a Prefeitura fez uma farra das vacinas, vacinou pessoas que bem entenderam e não mandaram para gente, não oficializaram nada para gente", disse o diretor.

As 520 doses chegaram à cidade nesta terça-feira (19), mas somente nesta quinta-feira (21) funcionários da Prefeitura foram ao hospital com a lista em mãos para dar início a imunização. Foi quando o diretor Nadson Pereira disse que se não pudesse vacinar todos os trabalhadores, nenhum seria imunizado.

Em entrevista ao BNews, o diretor garantiu que esta foi uma decisão dos próprios funcionários. "Vou vacinar médico e não vou vacinar recepcionista? Ou vacinar enfermeira e não vacinar pessoal da limpeza?", questionou Pereira. "Eu não posso decidir quem vai ser vacinado, quem vai morrer e quem vai sobreviver", completou.

O gestor da unidade de saúde diz que a lista com os nomes dos funcionários foi "forjada" pela Prefeitura.

"Não foi mandada por e-mail e não tem a assinatura de ninguém", aponta.

A reportagem entrou em contato com o secretário de Saúde do Município, João Goes Jr., que mostrou a lista que teria sido enviada por uma enfermeira do Hospital da Chapada, coordenadora-geral da instituição, Rina Carvalho.

O titular da pasta enviou prints das supostas conversas com a enfermeira, que ainda teria enviado a lista de ponto como forma de comprovar que os nomes que constavam eram, realmente, de funcionários do HC. No entanto, o documento não possui a assinatura de ninguém responsável pelo hospital.

João Goes Jr. respondeu ao BNews que a cidade tem cerca de 1500 profissionais da área de saúde, mas não soube dizer quantos necessariamente atuam diretamente com pacientes com o novo coronavírus. Ele alegou que o HC não atende somente pessoas com a doença e que a UPA - a única da cidade - recebe um volume maior de contaminados.

O secretário também nega que pessoas fora da lista de prioridade tenham sido vacinadas. "Em hipótese alguma", garante.

Mesmo assim, o diretor do HC se mostrou preocupado com a quantidade de doses da CoronaVac.

Inicialmente, acreditava-se que as 520 doses seriam aplicadas em 260 pessoas, para que as outras fossem guardadas, já que a CoronaVac precisa de duas aplicações. A Secretaria, entretanto, argumentou que foi orientada pelo estado a utilizar todas as doses e que receberia mais depois.

A assessoria da Sesab confirmou que o estado reteve metade das doses para garantir que as mesmas pessoas recebam a segunda parte da vacina e sejam corretamente imunizadas.

Classificação Indicativa: Livre

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