Polícia

Dr. Jairinho é indiciado pela polícia novamente por agressão a filho de ex-namorada

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Ex-amante responderá por omissão   |   Bnews - Divulgação Montagem/G1

Publicado em 01/06/2021, às 13h10   Redação BNews


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O vereador carioca Dr. Jairinho réu e preso pela morte do menino Henry Borel é alvo novamente de um outro inquérito envolvendo agressões contra Enzo, filho de uma ex-namorada identificada como Débora Melo Saraiva. A Delegacia da Criança e do Adolescente Vítima (Dcav-RJ) indiciou o parlamentar por tortura majorada. 

Conforme apurado pelo portal G1, Dr. Jairinho e Débora começaram a se relacionar no final de 2014 e ficaram juntos seis anos. As agressões iniciaram cerca de dois anos depois quando o menino tinha 3 anos. Segundo o titular do caso, Enzo e a irmã foram ouvidos por policiais especializados, que conseguiram “ativar algumas memórias”.

“A criança reviveu parte de episódios sofridos, como sufocamento com saco na cabeça, pisões na barriga e uma grave fratura de fêmur”, disse França.

Com a morte de Henry, Débora também foi convocada para depor duas vezes e relatou versões diferentes. Na primeira, ela não informou sobre nenhuma agressão, posteriormente, em uma nova sessão, mudou a versão informando que foi agredida pelo vereador e também contou sobre as lesões de Dr. Jairinho para com o filho dela. O fato foi confirmado por uma ex-funcionária recentemente. 

Com base nos depoimentos de Enzo, a polícia descobriu que um “acidente automobilístico” foi a desculpa dada por Jairinho e Débora para um episódio de agressão — do qual o menino saiu com a perna quebrada.

“Com medo, a criança vomitou no carro e, na tentativa de fugir, caiu do veículo e sofreu a lesão grave, ficando imobilizado com gesso por cerca de dois meses”, detalhou o delegado.

Nos documentos enviados à polícia pelo Hospital Municipal Lourenço Jorge, na Barra da Tijuca, há relatos de uma psicóloga de que Enzo não queria entrar no carro em que se acidentou.

No prontuário, além da fratura, também constavam hematomas nas bochechas e assaduras nos glúteos, “comprovando que a criança foi vítima de um algoz implacável”, segundo a polícia.

“Ademais, o casal indiciado alegou no hospital que o fato teria decorrido de ‘acidente automobilístico’, ou seja, fizeram inserir informação falsa em documento público”, destacou França.

Por essa razão, Jairinho e Débora também foram indiciados por falsidade ideológica.

Omissão da mãe

Débora foi indiciada por omissão porque, segundo as investigações, “não comunicou o episódio do carro às autoridades nem à equipe de profissionais de saúde que atendeu a criança”.

Ainda de acordo com a Dcav, mesmo após uma agressão contra Enzo em casa, Débora permitiu que Jairinho saísse com o garoto, “sofrendo um novo episódio de intensa dor e sofrimento”.

“Débora continuou a ficar na condição de amante até o fim de 2020, ainda com alguns encontros esporádicos em 2021, preferindo ‘fingir’ que nada aconteceu com seu filho”, afirmou o delegado.

“A apuração isenta e imparcial não se baseia em ‘fofocas ou ouvi-dizer’, mas em provas técnicas, documentais e testemunhais, que demonstraram de forma cabal que ela tinha conhecimento ao menos da fratura do fêmur”, destacou França.

Classificação Indicativa: Livre

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