Política

Dia Mundial de Luta Contra a AIDS é celebrado na Câmara

Publicado em 05/12/2014, às 17h02   Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)



A necessidade de conscientizar a população soteropolitana sobre a importância do combate ao vírus da AIDS foi debatida durante sessão especial, na manhã desta sexta-feira (5), no Centro Cultural da Câmara Municipal de Salvador. A criação de políticas públicas que ajudem a reverter o atual quadro de crescimento da doença, principalmente nos bairros da periferia da cidade, foi cobrada na solenidade.
O representante da Secretaria Municipal de Saúde, Ênio Soares, apresentou números que comprovam que o vírus continua crescendo nas localidades mais pobres de Salvador. De acordo com dados apresentados pela pasta, Centro Histórico, São Caetano e Cajazeiras, respectivamente, são os bairros da capital baiana com os maiores índices de infecções.
“Traçamos um perfil epidemiológico sobre a incidência da doença no Brasil, na Bahia e em Salvador para que elaboremos com mais precisão as políticas públicas para conter o avanço da doença no município”, explicou Soares.
A Secretaria Estadual de Saúde também apresentou um balanço das ações de prevenção, conscientização e tratamento do vírus da AIDS na Bahia. A coordenadora da Diretoria de Vigilância Epidemiológica da pasta, Maria Aparecida Figueiredo, relatou que no ano passado a Bahia investiu R$ 2,68 milhões no combate à doença em todo o estado.
Preconceito
O coordenador do Fórum Baiano de ONG/AIDS (FOBONG), Javier Angonona, acredita que o preconceito é a principal barreira ainda encontrada para a doença. “Os grupos gays, travestis e transexuais ainda são muito discriminados, inclusive pelos próprios atendentes de postos de saúde, gerando constrangimento nessas pessoas ao irem fazer testes e exames. Todo ser humano é um cidadão que desfruta de direitos e esse tipo de atitude não pode ser tolerada”, afirmou.
Conselheiro estadual de Saúde na Bahia e fundador da Rede Nacional de Pessoas Vivendo com HIV, Moysés Toniolo expressou a indignação em relação ao que considera “descaso” do estado em relação à doença.
“As pessoas não veem mais pessoas famosas morrendo de AIDS e, por isso, não entendem a importância de continuar a prevenção à doença. Não pode ser assim. Precisamos continuar vigilantes porque esse problema continua crescendo nas comunidades mais pobres. O Estado precisa criar políticas públicas de conscientização e prevenção que consigam alcançar as periferias”, declarou Luiz Carlos Suíca, que presidiu a sessão especial.
“É uma vergonha uma cidade como Salvador não ter instituído o passe livre HIV/AIDS, dando acesso às pessoas portadoras da doença aos postos de saúde. Não adianta diagnosticar se os gestores não fazem os investimentos corretos”, completou.
Como forma de estimular e quebrar preconceitos, o padre Alfredo Dórea, coordenador do Instituto Beneficente Conceição Macêdo,  explicou como funciona o teste de AIDS e na frente de todo o público, realizou a verificação. “Estamos fazendo ações nas ruas para que as pessoas se sintam confortáveis para realizar o teste”, finalizou.

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