O deputado federal Jovair Arantes (PTB-GO), relator do processo de impeachment, disse que a presidente Dilma Rousseff (PT) não gosta do Congresso. “Você vê outros países e outros presidentes que passaram pelo Brasil. Eles têm relação próxima, conversam amigavelmente, pegam sugestão de deputados. O governo tem que ouvir o Congresso, consultar o Congresso. Eu não me lembro de ela fazer isso em momento algum”, ressaltou, em entrevista à Folha.
O parlamentar disse que parte dessa crise que o país enfrenta tem a ver com essa dificuldade de Dilma com o Congresso. “Isso é claro. O início dessa crise política foi o pouco caso que ela faz do Congresso. Para ela, o Congresso era só para votar o Orçamento para fazer do jeito que ela quisesse e depois aprovar as contas, quando viessem, do jeito que viessem. E ficou provado que não está certo”, analisou.
Para o deputado, a presidente se sente acima da lei e não demonstrou “pudor ou medo” e continuar cometendo “pedalas e os crimes de responsabilidade”.
Questionado sobre até que ponto a presidente tem participação pessoal nesses atos, respondeu: “eu não digo pessoal, mas se minha equipe faz qualquer coisa, eu tenho que responder por isso”. “A presidente comanda um país, determina o caminho que o país vai seguir do ponto de vista orçamentário, fiscal”.
Para o deputado, há provas contundentes de que a presidente Dilma teve participação no processo de usurpação do Congresso. “A edição dos decretos sem autorização legislativa. E depois disso ela continuou cometendo o crime. Então é bárbaro isso, não pode continuar assim”, destacou.
Publicada no dia 9 de abril de 2016, às 12h
