Política

Propina do BNDES rendeu R$ 1 milhão em dinheiro vivo a Temer em 2014

Publicado em 01/08/2017, às 13h11   Redação BNews



A revista Época publicou neste sábado (29.jul.2017) planilhas e outros papéis que fazem parte da delação da JBS. A empresa ainda tem 1 mês para apresentar provas que sustentem os depoimentos à PGR (Procuradoria Geral da República). A reportagem apresenta comprovantes bancários, notas frias, contratos fraudulentos, depósitos em contas secretas no exterior e outros.
Segundo a publicação, as planilhas detalham pagamentos feitos durante 10 anos de campanhas, desde a eleição municipal de 2006 até a presidencial de 2014. De 2006 a 2017, a JBS e outras empresas dos irmãos Batista teriam investido R$ 1,1 bilhão nos políticos. Desse valor, R$ 301 milhões teriam sido pagos em dinheiro vivo; R$ 395 milhões, por meio de empresas indicadas por políticos; e R$ 427,4 milhões em doações oficiais.
O esquema de propinas teria crescido muito no Brasil ao longo dos 10 anos. Em 2006, a JBS teria pago R$ 13 milhões a políticos de 9 estados e 11 partidos. No ano eleitoral de 2014, a influência foi estendida para os 26 Estados brasileiros e o Distrito Federal. A JBS teria comprado 27 dos 30 partidos com R$ 579 milhões. A receita líquida da JBS acompanhou o crescimento da propina. Era de R$ 4,3 bilhões em 2006 e aumentou mais de 28 vezes, para R$ 120,5 bilhões.
Os valores eram acertados pelos empresários Joesley Batista (na maioria dos casos), Wesley Batista (em poucos casos) e pelo operador Ricardo Saud, todos colaboradores da PGR. Os funcionários da JBS Demilton de Castro e Florisvaldo de Oliveira organizavam as planilhas e os repasses, seja por meio de notas fiscais frias, dinheiro ou doleiro.
Segundo a reportagem, a JBS investiu R$ 600 milhões na campanha vencedora da chapa Dilma-Temer em 2014. Desse valor, R$ 433 teriam sido em doações oficiais. Os outros R$ 145 milhões teriam sido pagos em dinheiro e a empresas indicadas por políticos.
Todos os citados na reportagem negaram envolvimento no esquema. Disseram não ter recebido dinheiro ilegal e afirmaram que as doações às campanhas foram feitas dentro da lei.
Nenhuma das notas fiscais apresentadas pela reportagem se referiam nominalmente a políticos. Os delatores da JBS afirmam que são notas frias usadas para pagar propina. Ainda não há comprovação do esquema. A PGR não se manifestou sobre os papéis.
Nota da Presidência da República:
"A quadrilha comandada pelo bandido Joesley Batista fabrica em profusão versões e planilhas. O presidente nunca teve 'crédito' junto às empresas do meliante da Friboi. Nem autorizou transferências a outros parlamentares. A conversa com o capanga é absolutamente ficção barata. O vazamento dessa nova versão tem o claro interesse de tentar influenciar na votação da Câmara dos Deputados."

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp