Política
Publicado em 15/04/2020, às 12h37 Painel, Folha
A padaria visitada por Jair Bolsonaro na semana passada fica ao lado da casa e é frequentada pelo Luiz Henrique Mandetta (Saúde).
Em conversa com sua equipe, o ministro citou o episódio e disse que viu ali uma armadilha do presidente.
Mandetta tinha ido a última vez ao estabelecimento quatro dias antes de Bolsonaro, dia 5 de abril, um domingo. Enquanto sua esposa comprava pão, ele aguardava do lado de fora.
Aos colegas, o ministro afirmou que teve informações de que o chefe soube da sua ida à padaria.
Ele disse acreditar que o presidente fez isso para tentar lhe constranger, para que ele não se sentisse à vontade em reclamar de algo que ele também tinha feito.
O presidente foi ao local na quinta (9), de forma repentina, no meio de mais uma tarde de turbulência política, quando a CNN revelou um áudio mostrando um plano entre Onyx Lorenzoni (Cidadania) e Osmar Terra (MDB-RS) para derrubar o atual chefe da Saúde.
Em meio à pandemia do coronavírus, Bolsonaro entrou, abraçou pessoas, comeu um sonho no balcão e provocou aglomeração, ações não recomendadas pelas autoridades sanitárias.
No domingo (12), ao Fantástico, Mandetta usou o exemplo de padarias para defender a necessidade de isolamento social, dizendo que quando as pessoas fazem filas, ficam encostadas, grudadas, "isso é claramente uma coisa equivocada".
Como mostrou o Painel, o ministro avisou Bolsonaro que suas ações seriam proporcionais às do chefe.
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