Política

Cresce a pressão do Congresso para Bolsonaro demitir o ministro das Relações Exteriores

Marcos Corrêa PR
Na visão dos políticos, depois de trocar o ministro da Saúde, Bolsonaro precisa fazer ajuste no comando das Relações Exteriores  |   Bnews - Divulgação Marcos Corrêa PR

Publicado em 25/03/2021, às 11h09   Redação BNews



Cresce a pressão do Congresso Nacional para que o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), demita o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. Ao menos cinco senadores fizeram menções explícitas à troca de comando no Itamaraty na sessão da última quarta-feira (24) em que o próprio Ernesto participou de audiência.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), fez um duro discurso e criticou a política externa brasileira em sessão da Casa, também na última quarta

“Pandemia é vacinar, sim, acima de tudo. Mas para vacinar temos de ter boas relações diplomáticas, sobretudo com a China, nosso maior parceiro comercial e um dos maiores fabricantes de insumos e imunizastes do planeta. Para vacinar, temos de ter uma percepção correta de nossos parceiros norte-americanos e nossos esforços na área do meio ambiente precisam ser reconhecidos, assim como nossa interlocução”, cobrou Lira.

Na visão dos políticos, depois de trocar o ministro da Saúde - o general Eduardo Pazuello pelo médico Marcelo Queiroga -, Bolsonaro agora precisa fazer ajuste no comando das Relações Exteriores, pois as posições brasileiras estariam prejudicando o país na tentativa de trazer vacinas para combate ao novo coronavírus, entre outros problemas.

Segundo o site poder 360, Bolsonaro foi consultado por ministros sobre essa troca e rechaçou a possibilidade: “Não me peçam para trocar o Ernesto”. Havia dentro do Palácio do Planalto a sugestão para que o almirante Rocha, hoje titular da Secretaria de Assuntos Estratégicos e interino na Secom da Presidência, fosse deslocado para o Itamaraty. Isso também poderia abrir espaço para acomodação do general Eduardo Pazuello na Secretaria de Assuntos Estratégicos. Mas o presidente foi contra e a ideia e, pelo menos por ora, morreu.

Araújo é um dos últimos representantes no governo em cargo relevante da corrente mais fiel ao pensamento defendido pelo escritor Olavo de Carvalho. Esse grupo é contra o que chama de globalismo.

O ministro das relações exteriores já disse uma vez que o Brasil não deve se preocupar caso o país se torne um pária na comunidade internacional. Bolsonaro enxerga no ministro das Relações Exteriores alguém que ainda pode vocalizar a ideologia defendida por parte de seus seguidores nas redes sociais, e que seria um erro repelir esses militantes neste momento.

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