Política
Publicado em 18/05/2021, às 10h26 Luiz Felipe Fernandez
O ex-chanceler do Itamaraty, Ernesto Araújo, admitiu nesta terça-feira (18) em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que a China e a Índia são os países que mais ajudaram o Brasil nesta pandemia, como acordo para aquisição de vacinas e insumos para produção dos imunizantes contra a Covid-19.
Ele ressaltou que a China é o país que mais envia insumos farmacêuticos a todo o mundo e que o Brasil foi o que mais recebeu produtos da nação asiática.
Questionado pelo relator Renan Calheiros (MDB-AL), Ernesto negou que o Itamaraty tivesse uma linha de condução "ideológica" sob o seu comando e que fosse contra o "multilateralismo".
De acordo com o ex-ministro das Relações Exteriores, a pasta atuou na pandemia em auxílio ao Ministério da Saúde, principalmente no que tange à logística, mas não tinha diretrizes próprias de enfrentamento à doença.
Em diversas ocasiões, Ernesto se colocou a favor de teorias conspiratórias em relação à pandemia e contra a China, acusando o país de usar o vírus como ferramenta de "controle social totalitário".
A postura gerou reações do embaixador chinês Yang Wanming.
O presidente da Comissão, Omar Aziz (PSD), lembrou ainda o artigo publicado por Ernesto Araújo em que chama a doença de "comunavírus" e acusou o ex-chanceler de "faltar com a verdade" ao negar as rusgas com o diplomata chinês.
"Vossa excelência não foi ao Supremo para se negar a falar, por favor, estamos procurando a verdade só, nada pessoal, tenho que fazer o alerta para que depois não entre em conflito que vossa excelência negue aquilo que o senhor escreveu", condenou Aziz.
Essas declarações, segundo Ernesto Araújo, não impactaram em nada a relação diplomática entre os países.
"Minha responsabilidade como ministro é nenhuma. Nada que eu tenha feito gerou percalços na liberação de insumos", alegou.
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