Política

Carballal pode procurar abrigo na EPS

Imagem Carballal pode procurar abrigo na EPS
Vereador estaria se movimentando para entrar na corrente interna do PT   |   Bnews - Divulgação

Publicado em 05/03/2013, às 07h39   Luiz Fernando Lima (twitter: @limaluizf)




Enquanto articulador político valioso dentro do Partido dos Trabalhadores, o vereador Henrique Carballal sempre tangenciou as correntes internas, o que lhe permitiu transitar com alguma liberdade dentro da sigla.

O problema é que sem o arcabouço de uma tendência para trabalhar o nome, o professor de história viu a densidade eleitoral despencar nas últimas eleições. Em 2008, Carballal foi eleito com 10.180 votos. Já em 2012, estando em atividade como legislador, a quantidade de sufrágios caiu para 5.785.

Neste sentido, começa a ganhar força nos bastidores a investida do petista para entrar na tendência Esquerda, Popular Socialista (EPS), dissidência da Articulação de Esquerda (AE), capitaneada na Bahia pelo deputado federal Valmir Assunção.

A relação entre os dois não é nova. Carballal coordenou o programa de Centros Sociais Urbanos (CSUs) a convite do próprio Assunção quando este comandava a secretaria estadual de Desenvolvimento Social e Combate à Pobreza (Sedes) no primeiro mandato de Jaques Wagner.

Foi nesta época que Carballal projetou seu nome politicamente dentro de Salvador. Na saída do projeto conquistou os mais de 10 mil votos para vereador. Agora, pode voltar a unir forças para uma ajuda mútua com o deputado federal.

Em 2009, Carballal foi autor da proposta que concedeu a Valmir Assunção a Medalha Zumbi dos Palmares na Câmara Municipal de Salvador.

Acontece que a EPS já tem um legislador eleito na capital. O também vereador Suica é dirigente estadual da corrente e nem sequer ouviu falar da possibilidade de Carballal entrar nos quadros do grupo político.

Suica preferiu, questionado pela reportagem do Bocão News, não aprofundar na discussão sobre divergências específicas com o colega de Casa. Declarou que atualmente é parte da EPS e que a vida é dialética. “Estou na ESP, mas pode acontecer alguma coisa que me faça sair ou continuar”.

Como prova de sua fidelidade ao projeto da tendência interna, Suica é taxativo: se eleição para deputado federal fosse hoje, meu candidato seria Valmir Assunção.

Vale ressaltar que o PT está em ebulição internamente. O ano é de Processo de Eleição Direta (PED). Existem quatro pré-candidatos disputando a indicação à sucessão de Jaques Wagner, sendo cada um de grupo diferente. Todos buscando apoios para ter a preferência do partido.

Proporcionais

Com todas as atenções voltadas para a candidatura majoritária, os dirigentes ainda não atentaram para a quantidade de vagas dentro da chapa proporcional. A lei estabelece o limite de 150% candidatos em relação ao número de vagas para os partidos que saírem sozinhos. Já para os que coligarem o percentual sobe para 200.

Portanto, a chapa que sair solo deve apresentar até 94 candidatos a deputados estaduais e até 43 para federal. Caso feche uma coligação, a quantidade sobe para 126 postulantes à Assembleia Legislativa e 58 para Câmara Federal.

Os números parecem grandes, mas em todas as eleições quadros com alguma penetração ficam de fora, provocando pequenas crises internas. No que diz respeito ao PT ainda existe outro agravante: os espaços são negociados entre as correntes. É neste sentido que pertencer a um grupo pode ser o fiel da balança.

Nota publicada às 17h39 do dia 04/03


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