Coronavírus

Senador do Podemos diz que CPI vai apurar compra fracassada de respiradores pelo Consórcio do Nordeste

Agência Senado
Os equipamentos, imprescindíveis para auxiliar pacientes mais graves infectados com Covid-19, foram comprados de duas empresas conhecidas pelo comércio de medicamentos à base de cannabis  |   Bnews - Divulgação Agência Senado

Publicado em 15/04/2021, às 09h07   Luiz Felipe Fernandez


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Um dos senadores escolhidos para a CPI da Pandemia, Eduardo Girão (Podemos) afirmou nesta quinta-feira (15) que a comissão vai apurar a compra mal sucedida de 300 respiradores por parte do Consórcio do Nordeste, liderado pelo governador da Bahia, Rui Costa (PT).

Os equipamentos, imprescindíveis para auxiliar pacientes mais graves infectados com Covid-19, foram comprados de duas empresas conhecidas pelo comércio de medicamentos à base de cannabis, popularmente conhecida como maconha.

O fato é um prato cheio para bolsonaristas como Eduardo Girão, que disse que o caso da compra dos respiradores que totalizou R$ 40 milhões ficou conhecido como "calote da maconha".

"O Consórcio do Nordeste é uma união de governadores, todos alinhados ideologicamente, que formaram o consórcio para conseguirem preços mais baratos em compras de larga escala [...] foram 300 respiradores comprados no momento em que a população mais precisava e eles não chegaram", disse o senador em entrevista à Piatã FM.

No início, o texto inicial da CPI se limitava a investigar ações e omissões do governo federal e Ministério da Saúde em relação ao enfrentamento do novo coronavírus.

Após a base governista tensionar a discussão, inclusive depois do vazamento da conversa de Jorge Kajuru (Cidadania) com o próprio presidente Jair Bolsonaro, a CPI foi estendida para que apure também a aplicação de recursos federais por estados e municípios.

Sem citar a responsabilidade do Governo Federal, Girão destacou que o escopo da CPI foi alterado após apelo da própria população, que quer saber o destino dos "bilhões de reais" enviados pela União.

Vale lembrar que a União somente repassa os recursos provenientes dos impostos pago pelos contribuintes justamente aos municípios e estados.

Segundo Girão, a proposta inicial da CPI, que tem como autor o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), na verdade tinha caráter exclusivamente político e iria servir como palanque para 2022.

"A outra CPI que existia passava uma mensagem clara de que o cunho era apenas de palanque político para 2022. Não é justo fazer isso com a população que passa por tanta dor, sofrimento. Tem que deixar a política de lado [...] a expectativa é grande para que a verdade venha à tona. Depois, vamos fazer encaminhamentos, votar requerimentos, convocar administradores públicos, fazer quebra de sigilo bancário, para sabe como o dinheiro foi aplicado", declarou.

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