Política
Publicado em 23/03/2023, às 19h39 Cadastrado por Yuri Abreu
O plano de ataque do Primeiro Comando da Capital (PCC) contra o ex-juiz e senador Sergio Moro (União-PR) foi revelado por um ex-integrante da facção criminosa que foi jurado de morte e colocado no sistema de proteção à testemunha.
A retaliação ao senador teria sido motivada por mudanças nas regras para visitas a detentos - Moro proibiu as visitas íntimas em presídios federais quando era ministro da Justiça e Segurança Pública no governo Bolsonaro (PL). Como ministro ele também coordenou a transferência e o isolamento dos 'cabeças' da organização criminosa nos presídios de segurança máxima.
Já a delação do ex-membro do PCC foi feita ao Ministério Público de São Paulo (MPSP). De acordo com o Estadão, uma das primeiras informações repassadas foi a indicação de quem seria o principal articulador do plano.
A coordenação de toda a ação foi atribuída a Janederson Aparecido Mariano Gomes, também conhecido pelas alcunhas de NF, Nefo, Artur e Dodge. Ele seria o chefe nacional da 'sintonia restrita', que funciona como um centro de inteligência e execuções de autoridades pela organização.
Segundo esse ex-traficante, NF estaria encarregado de levantar informações e sequestrar o ex-juiz da Operação Lava Jato. Quatro números de celular de pessoas próximas a essa testemunha foram entregues às autoridades. O monitoramento começou a partir da quebra dos sigilos telefônico e de mensagem dos aparelhos.
"O histórico criminal do depoente protegido e o fornecimento de dados simples, mas comuns em troca de informações do meio criminal (terminais atualizados para contatos momentâneos), levaram a instauração de inquérito policial para o aprofundamento de pesquisas em bancos de dados e diligências de campo", relata a Polícia Federal em uma das representações enviadas à Justiça Federal na investigação.
O plano, que envolveria ainda atentados contra policiais e agentes penitenciários, foi tornado público nesta quarta-feira, 22, na Operação Sequaz, que prendeu nove pessoas.
A decisão da juíza Gabriela Hardt, da 9ª Vara Federal Criminal de Curitiba, descreve o passo a passo das investigações, colocando o depoimento do ex-integrante do PCC no centro do inquérito.
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