'Dona Cabeluda', a mais famosa das cafetinas baianas, morre aos 80 anos

Ela era a cafetina mais conhecida da Bahia. Renildes Alcântara dos Santos, a "Dona Cabeluda", morreu na segunda-feira (6) em um hospital da cidade de Cachoeira, no Recôncavo baiano, onde mantinha um tradicional bordel.

Renildes deu entrada na unidade hospitalar após sentir-se mal. A causa da morte dela, aos 80 anos, não foi divulgada.

A cafetina, natural da cidade de Itabuna, no sul da Bahia, fugiu de casa ainda na adolescência devido ao ambiente de violência ao qual foi submetida, e se casou-se com um homem mais velho, com quem construiu uma família.

O casamento de Renildes também foi marcado por violência, o que a fez fugir mais uma vez. Entrou no mundo da prostituição e atendeu clientes em diversas cidades da Bahia, até chegar em Cachoeira, onde construiu uma família numerosa, entre filhos de sangue e de coração.

Sua vida foi contada no livro "Uma História de 'Cabeluda': Mulher, Mãe e Cafetina", da historiadora Gleysa Teixeira Siqueira. O corpo da cafetina será sepultado na tarde desta terça-feira (7).

Em nota, a Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB) emitiu uma nota de pesar. "Dona Cabeluda, é sem dúvida uma das figuras mais conhecidas em Cachoeira. Uma mulher respeitada e que representa o 'empoderamento feminino' em uma sociedade que exclui as mulheres. Cabeluda deixa filhas, filhos e um legado de luta e doação", diz trecho do comunicado.

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