Coronavírus

Após orientação de isolamento, funcionários da Codeba denunciam que são obrigados a trabalhar presencialmente

A Codeba explicou que o trabalho nas embarcações e nas instalações portuárias é definida como atividade essencial  |  reprodução // Instagram Codeba

Publicado em 31/03/2020, às 17h37   reprodução // Instagram Codeba   Shizue Miyazono

Em meio à pandemia do coronavírus, a Companhia das Docas do Estado da Bahia (Codeba), que vinha seguindo a orientação do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde (OMS), do distanciamento social, teria mudado de posição, segundo denúncias enviadas ao BNews, e encaminhou um email para seus funcionários, nesta terça-feira (31), avisando para os trabalhadores que devem retornar ao trabalho nos portos de Aratu, Ilhéus e Salvador a partir do dia 1º de abril.

Em nota, a Codeba explicou que o Decreto Federal de Nº 10.282, de 20 de março de 2020, que regulamenta a Lei 13. 979, de 6 de fevereiro de 2020, define o funcionamento das embarcações e das instalações portuárias, como atividades essenciais, devendo, assim, manter o funcionamento normal.

Ao BNews, um denunciante afirmou que, desde o dia 18 de março, os portos estavam trabalhando com escala para reduzir a quantidade de funcionários no local. Uma parte dos colaboradores estava home office, principalmente idosos e pessoas do grupo de risco. Além disso, foram reduzidos o número de pessoas transportados nas vans para evitar aglomeração de pessoas. 

Ainda de acordo com um funcionário, ontem a diretoria, em função da pressão que estaria sofrendo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), teria se reunido e decidido que todas as operações deveriam ser retomadas as condições normais de trabalho: "O pessoal está muito chateado, é um risco porque tem gente que precisa pegar ônibus em Salvador, e o pessoal de Aratu tem que pegar vans apertadas"

Outro funcionário procurou o BNews e explicou que a Codeba já enviou um documento mandando todo os colaboradores voltarem ao trabalho. "Todo mundo tem que voltar, inclusive, estagiários, menor aprendiz e pessoas que fazem parte do grupo de risco, que é a maioria da empresa, que são pessoas já aposentadas com mais de 65 anos, que tem problema de diabetes".

Ainda de acordo com os denunciantes, apenas os funcionários que tenham atestado médico comprovando que fazem parte do grupo de risco podem ser liberados de voltarem ao trabalho presencial. "Nem atestado do próprio médico do trabalho eles não estão aceitando mais", afirmou.

Segundo informações obtidas pelo BNews, os funcionários do operacional que não retornarem terão o adicional de risco e o noturno retirados, já os trabalhadores do administrativo que não forem trabalhar terão falta e os dias descontados.

Ainda em nota, a Codeba afirmou que "como empresa enquadrada como essencial, visando evitar o desabastecimento de itens essenciais à sociedade, manterá em sistema home office os empregados, colaboradores e servidores que tenham orientação médica e demais casos de situação de risco e assegurará todas as medidas de prevenção e segurança necessárias à proteção dos seus empregados em trabalho presencial". 
 

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