Coronavírus

Pesquisa aponta que casas com crianças sofrem mais com queda de renda na pandemia

Mais de metade dos brasileiros afirma que suas famílias tiveram perda de renda em meio à pandemia do coronavírus  |  Reprodução

Publicado em 11/12/2020, às 13h31   Reprodução   Redação BNews

Mais de metade dos brasileiros afirma que suas famílias tiveram perda de renda em meio à pandemia do coronavírus. Essa taxa que aumenta entre aqueles que têm crianças e adolescentes em casa e também entre os mais vulneráveis. Ao mesmo tempo, subiu o número de lares que não conseguiram se alimentar adequadamente por falta de dinheiro. 

Pesquisa do Unicef realizada pelo Ibope Inteligência divulgada nesta sextya-feira (11) mostra que 55% dos brasileiros (cerca de 86 milhões de pessoas) declararam que a renda de suas famílias diminuiu desde o início da pandemia. Entre aqueles que residem com menores de 18 anos, o percentual sobe para 61%.

Os impactos são ainda maiores nas famílias mais pobres: dos entrevistados com renda de até um salário mínimo, 69% afirmaram que tiveram cortes na renda. Deles, 15% disseram ter pedido toda a fonte de renda. Na outra ponta, entre os entrevistados com renda de mais de 10 salários mínimos, 35% disseram ter sofrido algum tipo de queda na renda familiar.

Os dados constam da segunda rodada da pesquisa Impactos Primários e Secundários da Covid-19 em Crianças e Adolescentes, realizada pelo Ibope Inteligência a pedido do Unicef. Foram realizadas 1.516 entrevistas nas duas rodadas. Nesta última, as entrevistas foram realizadas por telefone entre os dias 29 de outubro e 13 de novembro. A margem de erro é de 3 pontos percentuais, para mais ou para menos.

O levantamento mostra ainda que aumentou o número de famílias que, por falta de dinheiro, não conseguiram comprar mais comida e deixaram de se alimentar. De julho a novembro, esse percentual passou de 6% para 13% — o que representa cerca de 20,7 milhões de brasileiros. Entre aqueles que residem com crianças ou adolescentes, 8% (cerca de 5,5 milhões de brasileiros) mencionaram que deixaram de comer porque não havia dinheiro para comprar mais comida. Esse percentual é ainda mais alto entre as classes D e E (19%) e entre aqueles cuja renda familiar é de até um salário mínimo (21%). 

Além disso, 54% dos entrevistados relataram que os hábitos alimentares mudaram na casa desde o início da pandemia. De julho para novembro, houve aumento na menção do consumo de alimentos industrializados (de 23% para 29%) e refrigerantes (de 17% para 29%), por exemplo. O consumo desses tipos de alimentos é maior entre residentes com crianças e adolescentes: 36% relataram aumento no consumo de industrializados e 34% no consumo de refrigerantes.

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