Coronavírus

Bolsonaro usou Exército, Marinha e cinco ministérios para ajudar na distribuição de remédio ineficaz contra Covid-19

  |  Alan Santos/PR

Publicado em 06/02/2021, às 17h20   Alan Santos/PR   Redação BNews

O presidente Jair Bolsonaro recorreu ao Exército, à Marinha e a cinco ministérios diferentes para ajudá-lo na empreitada de distribuir cloroquina e hidroxicloroquina a todos os estados brasileiros.

Bolsonaro é um defensor assumido da medicação como forma de tratamento precoce da Covid-19, apesar de ser comprovadamente ineficaz para erradicar o vírus.

De acordo com a Folha de S. Paulo, ao longo dos últimos meses o Governo Federal publicou diversos atos oficiais que visavam facilitar a distribuição do medicamento.

Foram contabilizados atos dos Ministérios da Saúde, Defesa, Economia, Relações Exteriores e Ciência e Tecnologia, que se referem desde orientações técnicas até isenção de impostos para facilitar a circulação da cloroquina.

Segundo informações da pasta chefiada pelo general Eduardo Pazuello, só de cloroquina o governo Bolsonaro distribuiu mais de 5,4 milhões de comprimidos, além de outros 481.500 de hidroxicloroquina. 

Eles foram enviados, principalmente, para o Norte e o Nordeste.

Na Bahia, a médica Raíssa Soares, atual secretária da Saúde de Porto Seguro, ficou conhecida após pedir ao presidente que enviasse a medicação para a cidade, durante uma visita de Bolsonaro ao sul da Bahia.

À época, Bolsonaro enviou 400 mil doses de cloroquina ao município.

A aposta em um remédio comprovadamente ineficaz para combater a doença pode custar caro ao governo Bolsonaro e os seus membros. O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, é investigado no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF) por ter se omitido no caos em Manaus, Amazonas, com a falta de oxigênio nos hospitais.

Semanas antes, quando já tinha sido alertado da possível falta de oxigênio, a pasta enviou 120 mil comprimidos de cloroquina para a região.

No TCU, uma auditoria apura possível ilegalidade nos gastos do SUS com a cloroquina, já que o Governo Federal em momento nenhum teve o aval da Anvisa.

O órgão confirmou que o remédio só tem registro para ser administrado em casos de artrite, lúpus eritematoso, doenças fotossensíveis e malária.

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