Coronavírus

Estudo indica que reinfecção pode causar sintomas mais fortes da Covid-19

Já sobre uma terceira infecção, o coordenador da pesquisa disse que não acha impossível e acredita que possa ocorrer.  |  Pixabay

Publicado em 07/04/2021, às 20h53   Pixabay   Redação BNews

A primeira contaminação com a Covid-19 pode não criar uma resposta imunológica e o paciente pode se reinfectar, até mesmo com a mesma variante. Essa informação foi disponibilizada por um estudo coordenado pelo pesquisador Thiago Moreno, do Centro de Desenvolvimento Tecnológico em Saúde (CDTS/Fiocruz). A pesquisa mostra ainda que a segunda infecção pode causar sintomas mais fortes do que a primeira.

O estudo mostra que para as pessoas que se contaminaram e apresentaram sintomas, mas que não se fez necessária a hospitalização, não quer dizer que elas ficarão imunes ou que uma reinfecção, que pode ser mais frequente do que se supõe, seja benigna.

Para obeter os resultados do estudo, os pesquisadores acompanharam, durante semanas, 30 pessoas no início da pandemia, em março de 2020, até o fim do ano. Desse grupo, quatro se infectaram com a Covid-19 e algumas foram reinfectadas com a mesma variante. Depois disso, foi feito o sequenciamento do genoma do coronavírus nas duas contaminações para que fosse possível fazer comparações. .

“O método de sequenciamento genético desenvolvido pela MGI permitiu detectar o vírus mesmo em amostras com baixa carga viral. Hoje, Bio-Manguinhos [Instituto de Tecnologia em Imunobiológicos da Fiocruz] tem algumas dessas máquinas”, diz o coordenador do estudo em nota divulgada pela Fiocruz.

"Nos quatro casos, a primeira infecção se deu com sintomas brandos. Na segunda, os sintomas foram mais frequentes e mais fortes, mas não necessitaram de hospitalização", continuou. 

“Essas pessoas só tiveram de fato a imunidade detectável depois da segunda infecção. Isso leva a crer que para uma parte da população que teve a doença de forma branda não basta uma exposição ao vírus, e sim mais de uma, para ter um grau de imunidade”, conta Moreno. “Isso permite que uma parcela da população que já foi exposta sustente uma nova epidemia", completou Moreno.

Já sobre uma terceira infecção, o coordenador da pesquisa disse que não acha impossível e acredita que possa ocorrer. “A gente não sabe quanto tempo dura a imunidade pós-covid. Uma pessoa poderia ficar vulnerável a uma nova reinfecção ou mesmo a contrair uma variante diferente”, argumenta. 

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