Denúncia

Biometria: leitores denunciam suposto esquema de venda de senha por funcionário do SAC de Pirajá

Na semana passada, a polícia esteve no posto da Calçada após denúncias de comercialização de senhas; valores variavam de R$ 50 a R$ 100  |  Reprodução

Publicado em 29/01/2018, às 14h15   Reprodução   Redação BNews

Desde o início do recadastramento biométrico em Salvador, o BNews recebeu denúncias de venda de senha e lugares na fila em unidades provisórias do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC), em alguns bairros da capital baiana. Nesta semana, a reportagem recebeu a denúncia de que um supervisor, do posto de Pirajá, estaria beneficiando alguns eleitores.

A unidade do SAC deste bairro distribui 400 senhas diariamente, além de 60 fichas para prioridades, um total de 460. No entanto, na última sexta-feira (26), um fato “inusitado” foi presenciado por um leitor do site.

“Por volta das 15h, eles distribuíram mais 200 senhas, fui um dos últimos. Estava na frente do atendimento, e via constantemente diversas pessoas entrando sem senha. Eu ouvi o supervisor falando com uma colega de trabalho que 642 pessoas tinham sido atendidas. Ele, inclusive, mostrou para ela o número anotado na palma da mão. A próxima senha a ser atendida era a 551. Considerando que as 60 prioridades já foram atendidas, e mais 550 senhas normais que entraram, no total seriam 610 atendimentos até o momento. Como eles já atenderam 642 pessoas, se matematicamente era para ter atendido 610?”, questiona.

Ele disse que chegou a questionar uma das pessoas que foi atendida sem senha. "Perguntei a senha de um rapaz, e todo sem graça me disse que estava com uma senha de retorno. Se realmente for uma 'senha de retorno', esta senha seria contabilizada duas vezes?", argumenta.

Outro leitor do site, também procurou a reportagem para denunciar que há um esquema de venda, que envolveria funcionários do SAC. "Você paga e você recebe a senha. Entra logo, nem fila pega. Não basta a gente enfrentar isso aqui fora. Os próprios funcionários se prestam a isso. Uma falta de respeito", reclama.

Procurado pelo site, a assessoria do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA) informou que não se posiciona sobre o fato, sendo uma responsabilidade da Secretaria da Administração do Estado da Bahia (Saeb), a qual também foi procurada, mas até o fechamento não enviou nenhuma nota.

Na semana passada, após denúncia de venda de senhas em um posto instalado na Estação Ferroviária da Calçada, no Largo da Calçada, policiais militares da 16ª Companhia Independente da Polícia Militar (CIPM) retiraram os envolvidos no esquema da fila. Segundo eleitores que aguardavam atendimento, muitas pessoas passaram a noite no local e ficaram indignadas quando o grupo começou a vender senhas, cujos valores variam de R$ 50 a R$ 100.

Em outubro do ano passado, moradores de Periperi também acusaram atendentes do SAC de cobrar taxa para agendar o serviço.

Diferentemente do que ocorre na Bahia, no estado do Mato Grosso, umaa suposta venda de senhas para atendimento no posto avançado da biometria do Goiabeiras Shopping, no Bairro Duque de Caxias, em Cuiabá, foi denunciada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE-MT) à Polícia Militar. Segundo o TRE-MT, a prática é ilegal.

Procurada pelo site, a assessoria da Polícia Civil da Bahia informou que nenhum inquérito foi aberto para investigar casos como estes.

 

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