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Eventual governo de Haddad deverá ter ampla aliança com partidos da atual base de Temer

Especialista avalia que um eventual governo Haddad poderá ter um arco de alianças ainda maior do que os das gestões Lula e Dilma  |  Ricardo Stuckert / Reprodução Facebook

Publicado em 17/09/2018, às 12h45   Ricardo Stuckert / Reprodução Facebook   Guilherme Reis

Com a crescente ascensão de Fernando Haddad (PT) nas intenções de votos, ultrapassando Ciro Gomes (PDT) e se aproximando de Jair Bolsonaro (PT), o PT já discute mecanismos para garantir a governabilidade de um eventual governo do ex-prefeito de São Paulo. 

Segundo o colunista Cláudio Humberto, inclusive, o partido já negociaria em segredo uma aliança com o MDB com vistas ao segundo turno. Por sua vez, Haddad e o governador da Bahia, Rui Costa (PT), já defenderam o diálogo com o PSDB durante e depois das eleições. A sigla deixou o governo no fim do ano passado. 

O fato é que, após o impeachment de Dilma Rousseff e a prisão de Lula, o PT tentará se blindar de novas instabilidades caso reassuma o Palácio do Planalto. Para o historiador político da Universidade Federal da Bahia Carlos Zacarias, um eventual governo Haddad poderá ter um arco de alianças ainda maior do que os das gestões Lula e Dilma. 

“O atual quadro, caminhando para um segundo turno com Bolsonaro, pode obrigar as outras forças a se agrupar contra ele. A governabilidade será constituída nas mesmas bases dos governos anteriores”, avalia.
Atualmente, partidos como DEM, PR, SD, PP e PSD, se aglutinam em torno da candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB), que continua a patinar nas pesquisas e, ao que tudo indica, não chegará ao segundo turno. 

Além disso, nomes como os do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e o do governador de Alagoas, Renan Filho (MDB), declararam apoio a Haddad no início do mês, apesar de o MDB ter a candidatura de Henrique Meirelles

Para Zacarias, o novo governo encontrará um país politicamente dividido e terá o desafio de lidar com movimentos de rua.  “É possível que o próximo governo tenha de lidar com movimentos contrários e favoráveis de grande intensidade. A polarização da próxima eleição vai se manter. Já temos declarações de eventuais fraudes eleitorais. Isso foi legitimado por todos, tanto Bolsonaro quanto o PT”, pontua.

Além dos partidos de centro, as siglas de esquerda devem se unir em torno de Haddad. O PCdoB desistiu da candidatura de Manuela D’Ávila para ocupar a vice do petista. Há ainda o PDT e o PSB, bem como o PSOL, que se reaproximou do PT após o impeachment e a prisão de Lula. 

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