É unânime. Bahia e Vitória não estão satisfeitos com a divisão de valores imposta pela Rede Globo para os clubes que disputam o campeonato Brasileiro da Série A. Não apenas os clubes baianos, mas também Goiás, Coritiba, Sport, Atlético PR e demais equipes consideradas pela emissora de 'terceiro escalão', se mostram incomodadas com o tratamento desigual.
O assunto veio à tona após o desabafo do presidente do Atlético Mineiro, Alexandre Kalil. Para ele, a ‘decadência’ do futebol brasileiro está diretamente ligada a posição da emissora detentora dos direitos de transmissão que divide 52% da renda com publicidade para cinco times, sendo os 48% restantes fatiados com 15 clubes.
Bahia e Vitória foram convidados nesta mês de agosto para uma reunião com representantes da Globo na sede da emissora em São Paulo. O tricolor senta à mesa na próxima sexta-feira (22) e será representado pelo presidente Fernando Schmidt. Já o rubro-negro participa do encontro no dia 26, uma terça-feira, com o preidente Carlos Falcão representando. As demais 18 agremiações da série A também participam.
Na pauta do debate seguem assuntos pertinentes ao decréscimo do futebol brasileiro nos quesitos: média de público, nível de jogo e queda de audiência do Campeonato Brasileiro em TV aberta. Segundo medição do Ibope, a competição tem perdido cerca de 10% de espectadores a cada ano.
A reportagem do Bocão News conversou com representantes da dupla BAVI nesta segunda-feira (18). De acordo com a assessoria do Bahia, o clube vai aguardar a reunião de sexta-feira para emitir nota, mas adiantou que não está satisfeito com a divisão do bolo publicitário. Mesmo com boa média de público no estádio e na venda de pay-per-view (canal fechado), o tricolor não é beneficiado como clubes dos eixos sul e sudeste.
Carlos Falcão, do Vitória, também prefere saber o que será debatido no encontro antes de se manifestar pró ou contra as intenções da Globo. Mas, quando o assunto é a divisão da verba ele é direto e não esconde o descontentamento. "Ela (Globo) deve fazer uma reestruturação no formato, pois do jeito está sendo feito não é justo e estamos ficando pra trás", afirmou o presidente.
Falcão acredita que a decisão adotada pela emissora em dividi o bolo de forma individual tem desequilibrado a competição ao injetar valores vultosos em poucas equipes, enquanto outras – Bahia, Vitória, Sport... – recebem até R$ 100 milhões menos da TV, se comparados com Flamengo e Corinthians, por exemplo.
A preocupação do dirigente é que o futebol brasileiro se torne um espelho do espanhol, onde 20 clubes participam da competição, mas as duas maiores receptoras de investimentos de emissoras de TV – Real Madri e Barcelona – conseguem disputar o título.
Publicada no dia 18 de agosto de 2014, às 11h54
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