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Publicado em 08/06/2020, às 12h24 Enzo De Luca/Agencia Boliviana de Informacion Redação BNews
Um estudo realizado pelas universidades estado-unidenses da Pensilvânia e de Tulane concluiu que não há "evidência estatística de fraude" na eleição presidencial da Bolívia de 2019, quando Evo Morales foi reeleito.
O resultado contrapõe o relatório inicial da Organização dos Estados Americanos (OEA), que sustentou diversas denúncias que resultaram na renúncia de Morales.
De acordo com a pesquisa publicada pelo New York Times, não foi percebido nenhum aumento desproporcional e injustificável da parcela de votos do partido de Evo, o Movimento ao Socialismo (MAS). Segundo o levantamento, a auditoria da OEA se baseou em técnicas de estatística erradas.
“Por mais que a evidência quantitativa fosse apenas uma parte do relatório da auditoria da OEA, ele teve — e continua a ter — um grande papel na crise política boliviana.
Ele ajudou a condenar Morales de fraude no tribunal da opinião pública. Nós consideramos que esta evidência-chave é falha e deve ser excluída”, conclui o estudo, que não descarta outras possíveis irregularidades no processo eleitoral.
Em resposta ao NYT, a OEA reafirmou que o relatório detectou indícios de fraude com sucesso. Gerardo De Icaza, chefe da organização, disse que o estudo recente é "discutível", já que as estatísticas não "provam ou desprovam fraudes".
"Evidências concretas como boletins de urnas falsos e estruturas de tecnologia escondidas é que o fazem. E foi isso que nós encontramos", defendeu Icaza.
A renúncia de Morales, do seu vice-presidente e dos líderes da Câmara e do Senado, alçou ao poder a então segunda-vice presidente do Senado, Jeanine Añez, e desde então o país afundou ainda mais na crise política e econômica.
Até o momento, o governo Añez não agendou a realização de novas eleições.