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Publicado em 24/04/2024, às 13h55 Imagem de Norbert por Pixabay e Imagem de Gleidiçon Rodrigues por Pixabay Cadastrado por Mariana De Siervi
O Brasil foi colonizado por Portugal, causando crimes contra escravizados e indígenas e por isso deve pagar, afirmou o presidente do país europeu, Marcelo Rebelo de Sousa.
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Durante uma conversa nesta terça-feira (23) com correspondentes estrangeiros, o presidente portugûes sugeriu que seu governo fizesse uma reparação pela escravidão e "assume total responsabilidade pelos danos causados".
"Temos que pagar os custos (pela escravidão). Há ações que não foram punidas e os responsáveis não foram presos? Há bens que foram saqueados e não foram devolvidos? Vamos ver como podemos reparar isso", declarou.
Esta é a primeira vez que um presidente de Portugal, que é o chefe de Estado do país, confirma a responsabilidade. No ano passado, o gestor revelou que Portugal deveria se retratar pela escravidão transatlântica e pelo colonialismo, porém não chegou a oferecer desculpas completas.
Ele afirmou que reconheceu o passado e assumiu a responsabilidade e por ele era mais significativo do que pedir desculpas. "Pedir desculpas é a parte mais fácil", disse ele.
Portugal foi a nação que mais traficou africanos durante a era colonial, totalizando quase 6 milhões de pessoas, quase a metade do número total de indivíduos escravizados na época pelos países europeus.
Até ao momento, as autoridades do país não abordaram o tema e as escolas praticamente não discutiram o papel de Portugal na escravidão transatlântica. Em contrapartida, a era colonial portuguesa, que subjugou países como Angola, Moçambique, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste e partes da Índia, é frequentemente enaltecida como um orgulho.
Durante mais de quatro séculos, pelo menos 12,5 milhões de africanos foram sequestrados, transportados à força por longas distâncias, principalmente em navios de comerciantes europeus, e vendidos como escravos. Aqueles que sobreviveram à viagem foram enviados para trabalhar sem qualquer remuneração em plantações no Brasil e no Caribe.
A ideia de fornecer reparações ou implementar outras medidas em relação à escravidão transatlântica está ganhando apoio em todo o mundo, com iniciativas para estabelecer um tribunal especial sobre a questão.
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