Polícia

Jovem é solto por liminar após ficar preso por 'engano' acusado de roubo de veículo no CAB, diz família

Familiares protestaram neste sábado (12) sobre a injustiça da prisão de Gabriel dos Santos Silva   |  Arquivo Pessoal

Publicado em 14/06/2020, às 13h10   Arquivo Pessoal   Redação BNews

Uma decisão liminar da Justiça colocou em liberdade, na manhã deste domingo (14), o jovem Gabriel dos Santos Silva, 23 anos, que foi detido por guarnições da Polícia Militar no último dia 12, por ter sido apontado como suspeito de um roubo de um veículo na região do Centro Administrativo da Bahia (CAB), em Salvador. Gabriel estava em frente a uma agência da Caixa Econômica Federal, onde foi sacar o auxílio emergencial do governo federal.

O marido da vítima do assalto informou às guarnições as características do assaltante que levou o carro da esposa como preto, tatuado e de cabelo ‘loiro pivete’, e apontou Gabriel aos policiais. No entanto, Gabriel estava no celular no momento em que foi encontrado pela polícia e, por isso, foi confundido com o homem que receberia o dinheiro do resgate do veículo, conforme denunciou familiares. 

O crime teria acontecido no dia 10 de junho, e a família de Gabriel informou que ele pintou o cabelo de ‘loiro pivete’ no dia 11, ou seja, um dia após o assalto. 

Um dos amigos de Gabriel informou ao G1 que ele não sabe dirigir. "O Gabriel não tem nada a ver com isso. Ele foi preso por engano, porque segundo o marido da vítima, tinha características iguais ao suspeito, negro, cabelo loiro e tatuado. Não tinha nada no celular dele que comprove o crime, ele não sabe dirigir e as testemunhas que estavam no local não o reconheceram como o suspeito", disse. 

Segundo informações dos familiares, Gabriel trabalhava como estoquista em uma loja de eletrodomésticos e não tem passagem pela polícia. Enquanto esteve preso ele não recebeu visitas da família e nem dos advogados que cuidam do caso. A família chegou a protestar em frente à Central de Flagrantes neste sábado (13) para chamar a atenção sobre o caso, que teve repercussão nas redes sociais e chegou a ficar nos trends topics do Twitter. 

Veja repercussão:

Gabriel foi solto, mas não deveria nem ter sido preso. Ele é mais uma vítima dessa estrutura racista que vivemos. Muda nome, muda cep, mas a cor é a mesma. Até quando a cor da nossa pele vai servir como parâmetro para definir o que somos? #soltemogabriel

— grasi | sense and sensibility (@gomezreborns) June 14, 2020

 

 

#soltemogabriel #TodasAsVidasImportam
No depoimento a vítima deixou claro q NÃO CONHECE E NUNCA VIU GABRIEL.
Autoridades façam o q é certo e soltem IMEDIATAMENTE esse rapaz INOCENTE.
Nossa justiça está cada vez + INCOMPETENTE em todos os poderes! #JusticaVergonhaNacional pic.twitter.com/2j1uMVrGOW

— Brasilien Line (@BrasilienL) June 14, 2020

 

 

 

 

Gabriel está solto#soltemogabriel pic.twitter.com/PU3lUIQkh1

— André Shazam (@andreshazam) June 14, 2020

 


Os órgãos de segurança pública da Bahia não admitiram um ‘engano’ na prisão. Ao BNews a assessoria de comunicação da SSP-BA disse que Gabriel dos Santos Silva foi preso em flagrante por extorsão. O órgão disse que o jovem cobrou R$ 1 mil para devolver o carro roubado por ele.

Ainda segundo a SSP, Gabriel foi reconhecido pela vítima como o autor do assalto e ele teria marcado com a vítima para entregar o carro, onde foi preso, quando chegou ao local.

Já a Polícia Civil, em nota, destacou que o “homem foi conduzido para DRFRV e autuado em flagrante por extorsão (Art 158). Uma guarnição da Polícia Militar, que o conduziu à especializada, recebeu denúncia de que ele estaria exigindo dinheiro do proprietário, para devolver um veículo roubado no dia 10 de Junho. Encaminhado para audiência de custódia, teve o flagrante convertido em prisão preventiva. As perícias pertinentes foram solicitadas, pessoas ouvidas e o inquérito será concluído e remetido à Justiça”.

A 82ª Companhia Independente da Polícia Militar, responsável pela prisão e condução de Gabriel informou que “após policiais militares da unidade, que realizavam rondas no CAB, serem acionados por uma pessoa que afirmava ter reconhecido um suspeito, como a pessoa que estava negociando com a vítima, um valor de resgate para a devolução do seu veículo roubado, a ser entregue em uma agência bancária”.

 

 

 

 

 

 

 

 

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