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Saiba o que a polícia ainda tenta descobrir sobre chacina com 10 mortos

Suspeito de 17 anos foi apreendido na manhã deste sábado  |  Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 28/01/2023, às 15h53   Reprodução/Redes Sociais   Cadastrado por Bernardo Rego

Apesar de já ter encerrado parte das investigações a respeito da autoria e motivação do crime envolvendo a chacina de 10 pessoas ligadas pela mesma família, no Distrito Federal, a Polícia Civil (PC) retoma as atenções para se aprofundar sobre os detalhes que envolvem o crime. Alguns dos corpos, encontrados carbonizados ou em avançado estágio de decomposição, ainda são analisados e podem guardar pistas.

Uma questão que pode ser apurada, revelou o delegado Ricardo Viana, da 6ªDP, é se, durante os 18 dias de cárcere, foi praticado algum tipo de violência sexual contra as mulheres; sobretudo, contra Renata Juliene Belchior, de 52 anos, e Gabriela Belchior de Oliveira, de 25, esposa e filha de Marcos Antônio Lopes de Oliveira, de 54 anos – principal alvo dos criminosos por conta do terreno de sua chácara avaliada em R$ 2 milhões.

"Essa é uma questão que nos intriga, até pelos corpos terem sido incinerados. Temos três corpos que ainda estão passando por exames, pelo estado que estavam, não sei se a perícia vai conseguir apurar algo nesse sentido. O que posso dizer é que essas mulheres, a Gabriela e a Renata, ficaram 18 dias na posse dessas pessoas. Cláudia e Ana, 14 dias. E eram quatro homens, alguns deles com passado bem voltado para a prática criminosa... há suspeita, mas não temos a resposta sobre isso, e não sei se o laudo vai alcançar isso. Todos eles foram questionados (se foi praticado algum tipo de violência sexual) e eles negaram", afirmou o delegado.

Renata e Gabriela tiveram os corpos queimados dentro do carro da família, abandonado em chamas em Unaí (MG), o que dificulta qualquer tipo de perícia. O fato de não ter sido encontrada fuligem em suas vias nasais indica que já haviam sido assassinadas antes de o veículo ter sido incinerado. Os corpos de Cláudia Regina Marques de Oliveira, de 55 anos, e sua filha, Ana Beatriz Marques de Oliveira, de 19, foram achados em estágio avançado de decomposição no interior de uma fossa e bastante violentado, o que torna o trabalho dos policiais forenses igualmente complexo. Elas são ex-companheira e filha da Marcos Antônio, respectivamente.

Os cinco presos, Horácio Carlos Ferreira Barbosa, de 49 anos, Gideon Batista de Menezes, de 55 (principais mentores intelectuais e executores), Fabrício Silva Canhedo, de 34, Carlomam dos Santos Nogueira, vulgo Carlinhos, de 26 e Carlos Henrique Alves da Silva, 25, conhecido como Galego, se condenados pelos crimes aos quais são indiciados até agora, de homicídio qualificado contra dez pessoas, destruição e ocultação de cadáver, extorsão, corrupção de menor, entre outros, podem ser apenados em até 340 anos de cadeia.

A PC também solicitou à Justiça a quebra de sigilo de registros telemáticos dos suspeitos, movimentações bancárias, entre outras informações, e espera obter ainda mais informações sobre o crime como, por exemplo, quanto dinheiro exatamente os criminosos conseguiram extorquir das vítimas – algo que ainda está nebuloso. Sabe-se apenas que, além do terreno da chácara de posse de Marcos Antônio – que sequer era de propriedade dele no papel –, os bandidos ansiavam também por R$ 200 mil obtidos por Cláudia pela venda de um imóvel e, durante o período no cativeiro, obrigaram que todos os membros da família anotassem num caderno seus nomes, saldo de conta bancária, senhas e dados de cartões de crédito.

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