Política

Em troca de mensagens, Ricardo Pessoa e Léo Pinheiro citam Wagner e Desenbahia

Publicado em 27/01/2016, às 09h28      Redação Bocão News (Twitter: @bocaonews)

O ex-presidente da OAS, Léo Pinheiro, tratou em mensagem ao dono da UTC, Ricardo Pessoa, da obtenção de condições facilitadas em financiamentos da Desenbahia — a agência de fomento do governo da Bahia — às duas empreiteiras, de acordo com informações publicadas pelo jornal O Globo. Para isso, os empreiteiros recorreriam ao “nosso JW”, sigla usada por Pinheiro para se referir ao então governador da Bahia, Jaques Wagner, hoje ministro da Casa Civil.
 
Segundo o jornal, a mensagem de celular, de 5 de novembro de 2013, transcrita em relatório da Polícia Federal, é a primeira a mostrar uma busca ao governador para tentar obter favores do governo local. “Um assunto que o nosso JW poderia nos ajudar seria na equalização de taxa do desimbahia (sic) x FMM e tb prazo de carência”, escreveu Pinheiro a Pessoa. Não há, no relatório, indicativo de que os empreiteiros levaram a ofensiva adiante. Mas o plano de recuperação judicial da OAS, protocolado na Justiça de São Paulo, mostra a Desenbahia como credora de R$ 362,7 milhões junto à empreiteira.
 
Ainda de acordo com a publicação, o montante é considerado elevado para os padrões da agência: equivale a 3,7 vezes o total liberado em microcrédito (R$ 97,3 milhões) e a 2,5 vezes o financiamentos às prefeituras da Bahia (R$ 142,8 milhões) em 2015. A dívida da OAS com a Desenbahia equivale ainda à metade de tudo que a agência pretende desembolsar (R$ 722,5 milhões) em 2016. O plano de recuperação judicial mostra que a agência de fomento é uma credora sem garantias reais, ou seja, não há penhor ou hipotecas no valor dos financiamentos. A sigla “FMM” pode se referir ao Fundo da Marinha Mercante, que financia com recursos federais a indústria naval.
O FMM destinou recursos ao estaleiro Enseada, na Bahia, cujos acionistas são OAS, UTC, Odebrecht e Kawasaki. 
 
 

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