Política
Publicado em 12/09/2016, às 08h29 Zeca Ribeiro//Câmara dos Deputados Aparecido Silva
Desde outubro do ano passado, o deputado federal baiano José Carlos Araújo (PR) teve em suas mãos o desafio de conduzir o mais longo processo de cassação de um parlamentar na história da Câmara dos Deputados. Na presidência do Conselho de Ética, o republicano lembrou ao Bocão News nesta segunda-feira (12), quando o processo terá a votação final no plenário, que sofreu seguidas ameaças durante a tramitação do caso no colegiado.
Voto declarado pela cassação de Cunha, ele diz que não tinha como ser diferente. Apesar de ver cenário favorável à perda do mandato do peemedebista, o parlamentar baiano acredita ainda que Cunha tenha pelo menos 60 votos, um deles deve ser da Bahia, do deputado Jonga Bacelar (PR). Aliás, Araújo aproveitou para alfinetar o colega de partido: "um jornal traz hoje que duas pessoas entram para a história nesse processo de Cunha. Eu, por ter sofrido na condução árdua do processo, e o outro por defender Cunha de forma igualmente árdua".
Para que o ex-presidente perca o mandato, são necessários 257 votos pela cassação. Enquete feita pelo jornal O Globo aponta que já são 300 os que pretendem afastar definitivamente o peemedebista da vida política. Os deputados deverão votar o parecer do deputado Marcos Rogério (DEM-RO), aprovado pelo Conselho de Ética no dia 4 de junho. O relator concluiu que Cunha mentiu em depoimento espontâneo à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, em maio de 2015, quando disse não possuir contas no exterior. Ele nega que tenha mentido à CPI, argumentando que as contas estão no nome de um trust familiar contratado por ele para administrar seus recursos no exterior.