Política
Publicado em 05/12/2016, às 20h35 Reprodução Folhapress
Aprovada em primeiro turno no dia 29, a PEC tem a votação em segundo turno marcada para a próxima terça-feira (13), último passo necessário para a sua promulgação.
A análise do projeto de abuso de autoridade também deve ser adiada.
"Vamos levar esse pleito ao novo presidente do Senado, nosso pleito é que ele não coloque para votar", disse Lindbergh, se referindo ao substituto de Renan, o também petista Jorge Viana (AC), primeiro vice-presidente do Senado. "Tenho certeza de que a gente pode impedir a votação desse projeto, que é destruidor para os trabalhadores", acrescentou o líder da oposição.
A primeira reação da base aliada de Temer, porém, é afirmar que o cronograma está mantido, com ou sem Renan. "Não tenho preocupação com a votação da PEC. Houve acordo de todos os líderes, com a participação de todos eles", disse o líder do governo, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP).
Lindbergh também afirmou que não será votada nesta terça (6) o projeto de abuso de autoridade, defendido por Renan.
Líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também disse que pode haver adiamento da votação da PEC do Teto e do projeto de abuso.
"Essa decisão nos pegou de surpresa. O vice [Viana] terá que assumir enquanto o pleno do STF não tiver decisão definitiva. Gera uma dificuldade política muito grande. Estávamos com a pauta definida, sem convergência de ideias. Certamente haverá disputa em torno dessa pauta", afirmou costa.
Sobre os dois projetos, emendou: "Não há nenhuma decisão que não possa ser mudada. Jorge Viana vai conversar e discutir o que fazer. Se já não havia clima para abuso de autoridade, agora fica mais difícil."
Os senadores também demonstraram perplexidade com a decisão de Marco Aurélio. O líder do governo, por exemplo, disso não considerar bom que um presidente do Senado seja afastado por decisão liminar, ou seja, ainda não definitiva.
No caso do ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso, o afastamento também se deu forma liminar, por decisão do ministro Teori Zavascki. Essa decisão, contudo, foi confirmada no mesmo dia pelo pleno do Supremo Tribunal Federal.