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Cotada para ministério no governo Bolsonaro, Eliana Calmon diz que proposta pode ser avaliada

Ex-ministra do STJ disse que apesar das especulações, ela não foi procurada por Bolsonaro  |  Arquivo / BNews

Publicado em 30/10/2018, às 10h28   Arquivo / BNews   Redação BNews

A ex-ministra do Supremo Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon, cujo nome foi ventilado para assumir o Ministério da Justiça, afirmou que até o momento não recebeu nenhum convite do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL). 

“Eu não fui convidada. Eu estou ouvindo apenas pelos jornais que meu nome está sendo aventado. Eu fico muito orgulhosa por essa lembrança. Principalmente, porque ele próprio sabe que eu não era eleitora de Bolsonaro em princípio. A partir do segundo turno é que entrei na campanha. Entrei para valer. Entrei fazendo pronunciamento, escrevendo artigos, fazendo gravações em favor da candidatura de Bolsonaro. Então, é uma lembrança que me deixa muito confortável”, disse em entrevista ao apresentador José Eduardo, na rádio Metrópole, nesta terça-feira (30).

“Mas isso foge inteiramente das minhas expectativas. Porque eu sou muito planejada, eu planejei minha vida. Hoje eu estou aposentada, tenho escritório de advocacia, tenho responsabilidade com advogados que fazem parte do meu escritório, tenho responsabilidade para com meus clientes. De forma que a circulação dessa notícia me pegou inteiramente de surpresa, porque a minha fala com o capitão ao telefone foi dizendo que eu estava inteiramente às ordens como cidadã brasileira. Deixei muito claro também as bandeiras que defendia. Eu não me posicionei ainda. Não tive nem tempo de raciocinar e dizer quero ou não quero. Eu não sei, eu não sei de nada. E também o convite não apareceu.”, revela a ex-ministra que já tentou ocupar uma vaga no Senado pela Bahia, nas eleições de 2014.

Questionada sobre a possibilidade de surgimento do convite do presidente eleito, a ex-ministra disse que analisaria. “Eu não sei se aceitaria, ou não aceitaria. Seria mudar inteiramente de vida, com uma responsabilidade grande, quero participar do governo, quero ser interlocutora. Mas não sei se seria bom para mim. Eu tenho que fazer uma avalição. É um ministério difícil, pesado. Essas coisas precisam ser avaliadas. Principalmente, porque eu sou uma mulher que quando assumo, eu assumo por inteiro. Não sei se estou disposta a isso. Tenho que fazer uma avaliação, inclusive com a minha família”, ponderou.

Para a ex-ministra, Bolsonaro fará um bom governo. “Eu acho que ele pode solucionar todos os problemas. Nós temos gravíssimos problemas, principalmente em relação a economia. Agora, ele precisa se acercar de muita gente boa, gente séria, que queira realmente reconstruir o Brasil. Ele sozinho não conseguiria. Aliás, ele já disse isso. Ele precisa do apoio não somente desses técnicos, que estarão à frente dos ministérios, mas também precisa do povo brasileiro”.

Ainda na oportunidade, Eliana avaliou que o resultado das urnas significa que os brasileiros amadureceram. “Mostrou que quer mudança, que não aceita corrupção e que precisa mudar toda engenharia política que se formou no Brasil nestes últimos anos. Os velhos caciques não acreditaram numa mudança tão radical. Se prearam para essa mudança, mas a maturidade do povo brasileiro surpreendeu. E varreu o Brasil do Oiapoque ao Chuí”.

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