Política

"Criação de heróis e de falsos mitos desenvolveu um ambiente de messianismo", avalia Gilmar Mendes

Declaração foi dada após a última sexta (24) ter sido marcada pela demissão de Sergio Moro e troca de acusações entre o ex-ministro e o presidente  |  Rosinei Coutinho/ STF

Publicado em 25/04/2020, às 09h52   Rosinei Coutinho/ STF   Redação BNews

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes, argumentou que o combate à corrupção exige a ação de milhares de agentes públicos e não a atuação isolada de uma pessoa. "A criação de heróis e de falsos mitos desenvolveu um ambiente de messianismo e intolerância. Autoritarismo judicial e político são ameaças irmãs à Constituição", escreveu no início da madrugada deste sábado (25) em seu perfil no Twitter.

Há muito critico a manipulação da Justiça, por meio da mídia e de outras instituições, para projetos pessoais de poder. A criação de heróis e de falsos mitos desenvolveu um ambiente de messianismo e intolerância. Autoritarismo judicial e político são ameaças irmãs à Constituição.

— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) April 25, 2020

A declaração foi dada após a última sexta-feira (24) ter sido marcada pela demissão de Sergio Moro do cargo de Ministro da Justiça. Durante o anúncio de seu desembarque do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), Moro acusou seu ex-patrão de remover Maurício Valeixo da diretoria-geral da Polícia Federal (PF) com a intenção deliberada de influenciar politicamente na instituição. Bolsonaro, por sua vez - eleito em 2018 com uma pauta forte de combate a corrupção -, negou as alegações apresentadas pelo ex-subordinado.

Embora nunca tenha personificado criticas nominais ex-ministro quando ainda atuava na magistratura, Gilmar sempre foi crítico dos métodos empregados pela Operação Lava Jato - responsável por dar prestígio ao ex-juiz.  Diálogos publicados pelo site The Intercept Brasil no ano passado revelaram que o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa no Paraná, e outros integrantes do Ministério Público Federal promoviam uma "investigação informal" sobre o presidente do Supremo, Dias Toffoli, e Mendes a partir de seus familiares.

"Aprendamos: não há solução democrática fora da virtude política. Que a história recente nos reserve um reencontro com o Estado de Direito", concluiu.

O combate à corrupção exige a ação de milhares de agentes públicos e o respeito à lei e não a atuação isolada de uma pessoa. Aprendamos: não há solução democrática fora da virtude política. Que a história recente nos reserve um reencontro com o Estado de Direito.

— Gilmar Mendes (@gilmarmendes) April 25, 2020

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