O ministro das Cidades, Mário Negromonte (PP), continua no campo de batalha para se manter no cargo. Nesta semana, a Folha de São Paulo noticiou informações que colocam o ministério em cheque e podem colaborar para a mudança no comando da pasta.
De acordo com a publicação, Negromonte e seus auxiliares teriam discutido detalhes de uma licitação com uma empresa antes de lançar o edital. O problema é que empresa, de informática, participaria da disputa pela milionária conta do projeto.
A reportagem da Folha apurou que a cúpula do PP se reuniu, em 2011, no apartamento funcional do então líder da bancada do partido na Câmara Federal, João Pizzolatti (SC). O deputado é amigo pessoal de Negromonte e um dos principais responsáveis pela costura que levou o baiano assumir o ministério. Ainda segundo a publicação, os encontros, dos quais Negromonte participou de pelo menos um, permitiram que a empresa, a Poliedro Informática, fizesse contato com a equipe do ministro e discutisse o assunto com o governo antes de outros interessados.
Roberto Muniz, secretário-executivo da pasta, e próximo a Negromonte, esteve como os representantes da empresa em outras oportunidades. Junto a ele, estava o lobista Mauro César dos Santos e o ex-deputado Pedro Corrêa, cassado por conta de seu envolvimento no escândalo do mensalão.
A Folha conseguiu levantar o conteúdo de algumas das reuniões. Elas revelam que as discussões com a Poliedro tiveram início no dia 12 de abril de 2011, quando o dono da empresa, Luiz Carlos Garcia, encontrou o ex-deputado Corrêa num leilão de pôneis em Brasília e discutiu o projeto das Cidades.
O ministério quer contratar uma empresa para gerenciar suas redes de computadores e monitorar obras do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). O valor do contrato é estimado em R$ 12 milhões, mas o dono da Poliedro diz que ele pode alcançar R$ 60 milhões.
Negromonte está na corda bamba desde que a sua base política no Congresso Nacional rachou. A presidente Dilma Rousseff acatou a decisão do partido, no início do mandato, e nomeou o ministro da Bahia, por ela, seria outro o chefe da pasta. Portanto, por mais que Negromonte tente “tapar o sol com a peneira” afirmando que não há comprovação de nenhuma das acusações feitas contra ele, pesam, na hora da decisão, a ideia da presidente de mudar a chefia e a base do PP que não se entende.
Nesta terça-feira (23), acontecem as primeiras reuniões entre Dilma e seus ministros. Após estas rodadas de conversas ao pé do ouvido, a presidente deve tomar as decisões sobre mudanças no primeiro escalão. Em Brasília, estima-se que em fevereiro todas as mudanças já devem ter sido efetivadas.
Com informações da Folha de São Paulo
Foto: Roberto Viana // Bocão News
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