Política

Empresário envolvido na negociação da Covaxin tem histórico de contratos superfaturados

Maximiano iria depor nesta quarta-feira (24) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mas a sua defesa alegou que precisava ficar em isolamento por uns dias após voltar de uma viagem da Índia  |  Reprodução/Covaxin

Publicado em 23/06/2021, às 07h57   Reprodução/Covaxin   Redação BNews

Considerado uma pessoa próxima ao líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (PP-PR), o empresário Francisco Emerson Maximiano é um dos alvos da investigação sobre a compra da Covaxin, vacina indiana contra a Covid-19, pelo governo brasileiro. Com uma vasta experiência de mais de 10 anos no mercado farmacêutico, segundo o Estadão ele é proprietário de empresas que já tiveram contratos sob suspeita, nos governos do PT e de Michel Temer (MDB), e tem uma lista longa de processos judiciais e dívidas.

Maximiano iria depor nesta quarta-feira (24) na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, mas a sua defesa alegou que precisava ficar em isolamento por uns dias após voltar de uma viagem da Índia.

Uma das empresas, a Precisa Medicamento, foi responsável por intermediar a importação do imunizante, que no fim foi adquirido por um preço 1000% maior do que o ofertado pela fabricante Bharat Biotech em agosto do ano passado. Até então, era a única fabricante do mundo disposta a negociar com instituições privadas, e este foi o principal atrativo para o empresário, que logo organizou uma comitiva ao país para iniciar as tratativas.

A CPI quer que o empresário esclareça quais foram os termos e como se deu a aproximação entre a Precisa Medicamentos e a Bharat. Segundo informações da farmacêutica indiana, uma reunião virtual com a presença do embaixador do Brasil na Índia, André Aranha Corrêa do Lago, selou o acordo. 
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A Precisa foi adquirida por Maximiano, que já era sócio de outra companhia do setor dois anos antes, em 2014, de uma empresa ligada ao grupo Bradesco. Ele tem participação em outras 9 empresas ligadas ao ramo da saúde.

À época em que Ricardo Barros era ministro da Saúde no governo Temer, a Global Gestão em Saúde assinou um acordo com o governo federal para a venda de remédios de alto custo, mas nunca entregou, o que gerou um prejuízo de R$ 20 milhões aos cofres públicos.

A empresa é alvo do Ministério Público Federal (MPF) em uma ação que cobra R$ 119 milhões em danos coletivos.

A própria Precisa já é suspeita em um contrato para a compra de testes rápidos de detecção do vírus Sars-COV2, que totalizou R$ 20 milhõe. Os valores envolvidos seriam superfaturados e os produtos com qualidade abaixo do exigido. Eles foram entregues ao estado do Distrito Federal

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