Política

Esquerda vai às ruas de Salvador para pedir impeachment de Bolsonaro

  |  Dinaldo Silva/BNews

Publicado em 03/07/2021, às 17h32   Dinaldo Silva/BNews   Pedro Vilas Boas

O caminho entre a Praça 2 de Julho e o Farol da Barra, em Salvador, foi ocupado na tarde deste sábado (3) por milhares de manifestantes ligados à esquerda local para pedir o impeachment do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Estavam presentes no protesto lideranças da esquerda baiana, deputados, sindicalistas e estudantes. Figuras mais próximas do centro e direita não foram às ruas, apesar do apoio ao "superpedido de impeachment" apresentado contra Bolsonaro na quarta-feira (30).

Para o presidente do PT na Bahia, Éden Valadares, a ausência de representantes da direita baiana em manifestações como a deste sábado é cultural, mas reconhece que há uma insatisfação também entre eles.

"Me parece que não é a tradição da direita ocupar as ruas aqui na Bahia, eu penso que eles se manifestam de outras maneiras [...]. A esquerda tem uma tradição de manifestação nas ruas. Os setores mais à direita se manifestam nas redes sociais, demonstrando a insatisfação", disse.

Já a deputada estadual Olívia Santana (PCdoB) é mais incisiva. "Muitos setores da direita não conseguem admitir o erro que cometeram [em apoiar Bolsonaro]. Mas eu considero que a passeata tem sido uma passeata ampla [...] Então vários setores estão aqui, sim, representados, e diversos partidos políticos. Mas é claro que a esquerda se expressa com muito mais força", avaliou.

"Pior que o vírus"

Ir às ruas protestar em meio a uma pandemia ainda descontrolada é um risco. Mas, para os manifestantes que caminharam e gritaram "fora Bolsonaro" neste sábado é um mal necessário. Esse é o caso da estudante Nara Santana, de 24 anos.

"A gente precisa derrubar esse genocida que não tem compromisso com o povo. Estamos mantendo o distanciamento, usando máscara e álcool em gel. O que não dá é ficar em casa porque o governo é pior que o vírus", defendeu.

A reportagem acompanhou o protesto do início ao fim. Poucas foram as pessoas flagradas sem máscara.

A professora Rita Vasconcelos, 54, também resolveu se arriscar em meio ao coronavírus. Para ela, ir às ruas é a única alternativa. "O povo tem que tá na rua pra tirar esse homem, não tem mais condições. A gente se cuida, usa máscara, faz distanciamento, mas tem que se manifestar", comentou.

O deputado federal baiano Jorge Solla (PT) é médico. Para ele, apesar do risco, as manifestações são necessárias. "Bolsonaro é o principal responsável pelas consequências da pandemia. Essa é a posição aqui, em defesa da vida, da vacina. Vacina no braço e comida no prato. São 15 milhões de brasileiros desempregados, a fome retornou, a miséria retornou", avaliou.

Mais um protesto, no dia 24, está marcado para ocorrer em Salvador e outras capitais.

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