Política

Ambientalista procurou deputados para fazer denúncias antes de ser assassinado

Segundo deputado, Ivo tinha vídeos subaquáticos que comprovavam crime ambiental  |  

Publicado em 20/03/2014, às 14h00      Marivaldo Filho (Twitter: @marivaldofilho) e Tony Silva

A morte do empresário e ambientalista Ivo Barreto do Couto Filho, conhecido como Ivo Bacana, assassinado a tiros disparados por armas de fogo, em frente à antiga casa de show Pelourinho de Nazaré, repercutiu, também, no meio político. O ex-deputado estadual Heraldo Rocha e o deputado estadual Leur Lomanto Júnior (PMDB), em contato com a redação do Bocão News, relataram que na manhã desta quarta-feira (19), a vítima foi na Assembleia Legislativa da Bahia, se encontrou com integrantes da Comissão de Meio Ambiente da Casa, para fazer uma série de denúncias contra a empresa Millenium e em relação à poluição das praias de Salvador.

Às 10h da manhã, Ivo Bacana começou a prestar depoimento para o colegiado da Assembleia Legislativa. A reunião com as denúncias aconteceu até às 11h. O ambientalista foi assassinado logo após sair da Casa, por volta das 14h.



“Fiquei perplexo. Recebi as denúncias de Ivo sobre a Milleniun e o levei para encontrar com representantes da comissão por volta das 10 horas. Deixei ele com Leur Lomanto (Júnior), atual presidente do colegiado. Ivo também havia feito  outra denúncia que abrange a orla de Salvador e Região Metropolitana da capital. Fiquei sabendo no final da tarde (da morte dele). Conheci ele através do Facebook antes do Carnaval e também já fui com ele ao Ministério Público de Camaçari”, declarou Heraldo Rocha.



O presidente da Comissão de Meio Ambiente também demonstrou surpresa com a morte de Ivo Bacana nesta quarta-feira (19). “Ele esteve hoje com a comissão, que é formada por Adolfo Viana, Marcelino Galo e também com o ex-deputado Heraldo Rocha. Ivo realmente procurou para denunciar a empresa Milleniun de crime ambiental. Ivo tem vídeos subaquáticos para comprovar as denúncias de poluição marinha. Hoje aprovamos a realização de uma audiência pública para discutir as denúncias, com convite aos técnicos do Inema, representantes do Ministério Público e da própria Milleniun”, relatou Leur Lomanto Júnior.

O peemedebista ainda contou que tentou contato com o secretário estadual de Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, para apurar o crime, que aconteceu horas depois do ambientalista fazer as denúncias.

“Tentei entrar em contato com Maurício Teles Barbosa, pois chamou atenção ter acontecido (o assassinato) horas depois da reunião. Informei o deputado Marcelo Nilo para que haja mais força nas investigações”, contou Leur Lomanto Júnior. 

Publicada no dia 19 de março de 2014, às 20h12

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