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Vídeo: moradores afirmam que água de esgoto da Boca do Rio já atinge praia de Jardim de Alah

Embasa afirmou que as manchas são decorrente da poluição dos rios causada pelo lançamento do esgoto de imóveis situados próximos ao leito   |  Reprodução/Google Street View

Publicado em 27/01/2019, às 18h17   Reprodução/Google Street View   Shizue Miyazono

Salvador tem cerca de 50 km de praias, que no verão ficam lotadas de baianos e turistas que vão curtir o sol e o mar, mas os moradores estão indignados com a sujeira da água na praia do Jardim de Alah. O BNews recebeu um vídeo em que é possível ver as manchas de esgoto na água de uma das praias mais movimentadas da capital baiana.

"Mais um dia de sol, mais um dia sem chuva e as praias do Jardim de Alah completamente sujas de esgoto. Será que o prefeito, o governador traz seus filhos para tomar banho aqui? Como é que pode um lugar que é palco do maior Réveillon do Brasil está desse jeito? Todas essas manchas que vocês estão vendo é esgoto e está vindo de lá da [antiga] sede de praia do Bahia, tudo isso aí da Boca do Rio é esgoto. A orla toda assim, a gente não tem chuva na cidade, mas fica convivendo com isso todos os dias, todos os verões. Será que alguém vai tomar providência? Quando será? (SIC)", comentou o morador no vídeo.

Segundo ele, o esgoto vem da praia da Boca do Rio que, de acordo com uma matéria publicada pela Folhapress no fim do ano passado, tem a água de pior qualidade de todo o litoral da Bahia e chega a ter uma concentração de 16 mil coliformes fecais para cada 100 mililitros de água. De acordo com a resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), a praia é considerada imprópria quando mais de 20% das amostras coletadas em cinco semanas consecutivas, apresentar resultado superior a 1.000 coliformes fecais, ou quando, na última coleta, o resultado for superior a 2500 coliformes termotolerantes por 100 mililitros de água.

Procurada, a Embasa afirmou que as manchas vistas no vídeo e relatadas pelos moradores na praia do jardim de Alah são "decorrente da poluição dos rios das Pedras, Cachoeirinha e Pituaçu causada pelo lançamento do esgoto de imóveis situados próximos ao leito desses rios, onde não existe viabilidade de implantação de rede coletora, e por imóveis que não estão ligados na rede disponibilizada pela Embasa".

A empresa ainda destacou que "não tem autoridade para fiscalizar e autuar as irregularidades no uso e ocupação do solo urbano nem para multar o cidadão que não dá destinação correta ao esgoto que produz, poluindo o meio ambiente".

Já a Secretaria Municipal de Desenvolvimento e Urbanismo (Sedur) se restringiu a afirmar que vai encaminhar uma equipe de fiscalização ao local para averiguar a situação e tomar as medidas necessárias.

Veja o vídeo:

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