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É relevante, sim, Alice Portugal

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Bnews - Divulgação

Publicado em 05/08/2019, às 12h46   José Medrado


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Lamentei profundamente o comentário da deputa federal Alice Portugal, quando em seu Twitter escreveu: “O Brasil se acabando e o assunto do dia em Salvador é a geladeira comunitária de Nazaré. Foi roubada!!!!!”. 

Ora, ora… Naturalmente, por ser uma política de oposição, cumpre o seu dever de deixar acesos os holofotes sobre a figura do presidente da República, porém vemos que o Brasil tem sofrido, e há muito, exatamente esta banalização dos “pequenos” ilícitos, dentro da ideia equivocada maior do quantum é “relevante” aos interesses pessoais, de grupos, e até mesmo de uma nação. A verdade, o entanto, precisa se refletir que é exatamente esta falta de atenção aos delitos julgados menores, que surge um crescer permanente da vivência do ilegal, do ilícito por parte da sociedade.  Caberia, entendo, à senhora parlamentar registrar o que significa o roubo de uma geladeira “comunitária” na simbologia que dá forma ao processo de delinquência de uma sociedade.

Lá atrás as denúncias que tínhamos de desvios de dinheiro público eram nas casas dos milhares, passaram pelos milhões e hoje bilhões, ou seja, nada nasce grande… Banalizar um furto, por menor que seja, é estimular a sua frequência, gerando o equivocado conceito de que o “muitão” é que conta. Certamente, não foi esta a intenção da parlamentar, mas o seu comentário infeliz deu azo a tal interpretação.

O brasileiro de um modo geral está banalizando o ilícito de acordo, repito, com o seu valor: se escandaliza com as malas de dinheiro no apartamento de Geddel Vieira Lima, mas é capaz de usurpar dez reais de um supermercado… E, questionado vai dizer que é diferente.  Cumpre-nos pesar sobre o ilícito, em que proporção for.

*José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal. Escreve para o BNews às segundas-feiras.

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