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Falta estabelecer “pontes” para acabar com o “nhem, nhem, nhem”

Imagem Falta estabelecer “pontes” para acabar com o “nhem, nhem, nhem”
Pelo andar da carruagem, é aquela base popular: ou a ponte vai, ou a ponte racha  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/09/2019, às 11h45   Victor Pinto*


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A Ponte Salvador-Itaparica será um vetor de crescimento essencial para movimentação econômica além Baía de Todos-os-Santos. A ida do vice-governador João Leão (PP) à Câmara de Vereadores soteropolitana para apresentação do projeto deixou clara a expectativa da criação dessa nova porta de entrada e saída da capital do Estado. Os impactos serão sentidos dos dois pontos: a chegada e a partida - e vice e versa.

A obra, porém, é um mito! Se tornou algo do folclore do cenário político local. Há tempos se fala sobre o assunto. O governador Rui Costa (PT), principal empreendedor do início da ação, chegou a relatar matérias do jornal A Tarde do século passado com referência a necessidade de ligar Salvador ao Mar Grande - como era chamada a região de Itaparica pelos mais antigos.

Agora, com o edital de licitação para jogo, o assunto começa a render no contexto eleitoral. O prefeito ACM Neto (DEM) acusa o Estado de não debater a proposta com o Município e  Leão aponta ter sido discutida com técnicos da prefeitura a futura obra. Ao invés de sentar de vez e aparar todas as arestas, a politicagem começa imperar.

De um lado tem o prefeito com receio de um projeto que pode gerar lucros para seus adversários, do outro a linha do governador de que pode fazer algo em cima de pau e pedra e não destrinchar melhor tudo.

O mesmo exemplo é o Centro de Convenções onde não há o diálogo necessário empreendido para uma harmonia do bem comum. Fica cada um no seu quadrado.

Vai continuar o “nhem, nhem, nhem”, termo dito por Rui ao apontar algo que o povo de Salvador não aguenta mais. Por mais que goste da disputa, e isso norteia a decisão do eleitor nas urnas de Salvador, o público espera ver avanços sem impedimentos de ambos os lados.

Quem é da política quer observar o circo pegar fogo, pois faz parte do jogo do bastidor eleitoral, mas para o cidadão o importante é o resultado e o benefício alcançado.

A ponte é necessária, mas ainda é difícil de acreditar da sua saída do papel de maneira rápida.  Por mais evangélico que seja, ouvi um discurso do vereador soteropolitano Isnard Araújo (PHS) numa linha bem típica de São Tomé: só acredito vendo! E a sensação de boa parte dos populares do qual converso também é a mesma.

Essa nova medida de mobilidade ficará para o próximo governador, seja ele de qualquer lado político. Rui só tocará a parte inicial. As projeções precisam ir para prática, caso não aconteça, mais uma vez, será assunto desmoralizado.

Para o benefício, não seria difícil um papo republicano. Pelo andar da carruagem, é aquela base popular: ou a ponte vai, ou a ponte racha.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal

** Este artigo também é publicado no jornal Tribuna da Bahia.

Classificação Indicativa: Livre

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