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Segura na mão da Santa e vai…

Imagem Segura na mão da Santa e vai…
Dado os fatos das mais diversas complicações que nos atingem, só pedindo à Santa Dulce para interceder por nós  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/10/2019, às 10h00   Victor Pinto


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Se muitos políticos querem tirar uma lasca na imagem da agora Santa Dulce dos Pobres, conforme até já havia salientado em artigo anterior, o que vimos nas redes sociais deles nos últimos tempos foi justamente isso. Uma enxurrada de stories no Vaticano e muitos nem tão devotos são. Nunca vi em nenhuma missa, pelo menos, salvo em período eleitoral. Cuidar que é bom daquilo que realmente a gente está passando por necessidade, nada vistoso.

O que nos resta realmente é segurar na mão da Santa e seguir. E cá pra nós, se Irmã Dulce tivesse viva, pelo que li e já ouvi de quem conviveu com ela, não ia querer essa pomposidade aristocrática. Ia querer estar no meio dos pobres e doentes. Os maiores exemplos e os melhores ensinamentos da nova santa seriam “amor e serviço”.

A subida de Irmã Dulce ao rol dos santos católicos acontece justamente em um período emblemático de discussão dentro do próprio Vaticano: o sínodo da Amazônia. Evento importante de discussão e reflexão no alto clero católico atacado pela extrema direita.

O tema é relevante. O meio ambiente tem força para pautar as discussões sociais atualmente. O perigo de não preservar os recursos naturais é iminente e negar políticas nesse sentido é cavar a própria cova da humanidade.

Passamos um processo de queimadas da floresta amazônica, que só ganhou visibilidade quando as fumaças do Norte chegaram ao Sudeste. O mundo noticiou, mas o nosso governo preferiu manter a guerrilha ideológica eleitoral e repetir, inclusive, aquilo que o petismo também pregava no início do governo Lula: a ameaça de invasão estrangeira às nossas reservas. O presidente Jair Bolsonaro (PSL), por antilulista que seja, faz questão de repetir a mesma ladainha.

Agora vemos o petróleo cru acabando com o litoral nordestino. O que antes estava só nos estados superiores, agora chega à Bahia, precisamente a Salvador. Devasta todo habitat marinho. Por mais que não seja culpa direta do governo brasileiro, a apuração é da sua responsabilidade e as ações paliativas também.

Há pouco dias passamos por uma pseudo greve da Polícia Militar. O clima de tensão tomou conta da população por causa do movimento encabeçado pelo deputado Prisco (PSC). O opositor de Rui Costa (PT), desta vez, não teve uma adesão substancial. Não conseguiu emplacar ações paredistas como as últimas já articuladas e parece ter pensando só no seu lucro político. O governo conseguiu vencer a guerra midiática. O petista, com um discurso raivoso, partiu pra cima do parlamentar estadual, algo não muito comum da sua práxis escancarada. Só fez atrasar sua ida ao Vaticano.

Dado os fatos das mais diversas complicações que nos atingem, só pedindo à Santa Dulce para interceder por nós. É cada projeto ribanceira - como diria Malu Fontes - que a gente vê pela frente… Torno a repetir: Segura na mão da Santa e vai.


* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. Atua na cobertura política em sites e rádios de Salvador. Twitter: @victordojornal

* O artigo também é publicado no jornal Tribuna da Bahia

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