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ACM Neto, Bruno Reis, PSL e Bolsonaro: farinha pouca meu pirão primeiro

Imagem ACM Neto, Bruno Reis, PSL e Bolsonaro: farinha pouca meu pirão primeiro
O racha do PSL passa a ser analisado de perto pelos cardeais do Palácio Thomé de Souza  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 21/10/2019, às 11h31   Victor Pinto


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O sinal amarelo está aceso no Palácio Thomé de Souza. Os principais cardeais da base governista de Salvador buscam acompanhar de perto o racha entre o presidente Jair Bolsonaro e o PSL. Apesar do prefeito ACM Neto (DEM) ter dito, para fora, na imprensa, que corre dessa confusão, para dentro, tem outra linha de raciocínio. O vice-prefeito Bruno Reis (DEM) também, pois as articulações de 2020 passam pela situação. No apurado, ambos põem em prática o ditado popular: farinha pouca meu pirão primeiro. 

A briga dos Bolsonaros com o grupo pró-Luciano Bivar (atual presidente da agremiação) e de núcleos de parlamentares contra o filho do presidente, deputado Eduardo Bolsonaro tem demonstrado, por assim dizer, as vísceras dessa conturbada relação. O ponto de explosão da briga pública via redes sociais e imprensa foram os áudios vazados de reuniões partidárias e a tentativa da retirada do Delegado Waldir (PSL) da liderança do partido da Câmara, a ser substituído por Eduardo Bolsonaro. No fim das contas, Waldir entregou o cargo na manhã de segunda-feira (21), depois de toda a novela e de expor o racha que "implodiria" o presidente. 

Logo no início do governo Bolsonaro, o tapete vermelho foi estendido para a deputada federal Dayane Pimentel (PSL), atual presidente do PSL na Bahia. Para tanto, até o cargo na secretaria de Trabalho, Esporte e Lazer (Semtel) de Salvador lhe fora dada a indicação, atualmente com seu marido Alberto Pimentel. Mas hoje, a própria Dayane não está as tantas com o clã bolsonarista. Eis a confusão. 

Nessa cruzada, de um lado tem ACM Neto de olho no seu futuro político. No próximo ano deixa o comando do Executivo soteropolitano e busca se viabilizar ainda mais no campo nacional e necessita da aproximação da alta cúpula da Planalto que o ajude através da construção de um cenário favorável para 2022. 

Pelo entendimento dos mais próximos, no atual contexto, o mais importante para o ainda prefeito de Salvador é estabelecer um aceno e uma proximidade com o presidente da República. Por ser presidente nacional da legenda encabeçadora do Congresso Nacional (Senado com Davi Alcolumbre e Câmara Federal com Rodrigo Maia), o pensamento de Neto recai nessa vertente, em detrimento ao clã Pimentel que comanda o PSL na Bahia. 

De acordo com algumas fontes, Neto tem todo interesse de mostrar ao deputado Eduardo Bolsonaro e ao senador Flávio Bolsonaro (PSL) esse aceno.

Nesse ponto, quem tem se preocupado com o partido de Bolsonaro, o PSL, é o vice-prefeito Bruno Reis. Não é vã essa predileção: Reis pensa no seu futuro em Salvador. Pré-candidato de 2020 ao Executivo local, quer pavimentar um arco de alianças forte e tem no PSL uma das principais siglas da gestão, principalmente, pelo tempo de televisão e um quinhão do fundo partidário. 

Ainda nessa seara, Reis miraria na deputada federal Dayane Pimentel (PSL) e seu marido Alberto, ainda secretário da Semtel. Na dividida, o cenário demonstra uma continuidade da presidência do diretório estadual com a parlamentar, pelo menos até o deputado federal Luciano Bivar continuar como manda chuva nacional. 

Fundo partidário e tempo televisão contam, não preponderante, na eleição como também o uso da máquina do Planalto para algum tipo de sobrevivência política. Nada impede uma observância de uma eventual divisão dos caciques locais cada qual com seu interesse, não deixe de ser um jogo casado para ficar bem na fita com todo mundo.

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