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Lá vem outra Lavagem...

Imagem Lá vem outra Lavagem...
Será possível analisar a 'medição' da popularidade de determinados grupos com vistas futuras, mas com cautela  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 14/01/2020, às 07h51   Victor Pinto*


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O que acontece na Lavagem do Bonfim não fica só na Lavagem da Bonfim. Apesar de ser só a parte de um todo do processo político baiano, o tradicional cortejo da Igreja da Conceição da Praia até a Sagrada Colina, em Salvador, começa a atiçar conjunturas e todos os passos dos principais protagonistas dos blocos políticos na rua são vistos com muita atenção. A fervura toma conta não só pelo sol de costume, mas por se tratar, principalmente, de um ano eleitoral.

Entre o início do cortejo da Lavagem até o fechar das urnas do primeiro turno em 4 de outubro, serão 8 meses, aproximadamente 37 semanas, exatos 262 dias ou 6.288 horas. O Bonfim de 2020 vai retratar o início da corrida soteropolitana. A festa pulsa na capital e mostra bem como se comporta o cenário local.

Será possível analisar a 'medição' da popularidade de determinados grupos com vistas futuras, mas com um olhar cauteloso para não nos enganarmos com as claques pagas para fazerem a festa ou posarem de populares, sem serem.

O núcleo de ACM Neto (DEM) -  em seu último Bonfim como prefeito, vale destacar - estará unido na figura do vice-prefeito e pré-candidato a prefeitura, Bruno Reis (DEM), seu sucessor? O até então aliado de saída do DEM com rumo ao PDT, Léo Prates, desgarrado, mas com bloco na rua vai mostrar força? E o presidente da Câmara de Vereadores, Geraldo Júnior, como será seu cortejo? Em 2019 ele roubou os holofotes com a possibilidade de lançar candidatura, mas agora recuou para apoiar Bruno. Serão cenários com vistas grossas de quem gosta de acompanhar a política.

O bloco de oposição soteropolitano, mas de situação a nível estadual, seguia esfacelado. Estavam sem nome para comandar o cortejo dadas a recusa do convite do ex-presidente Lula (PT) de ir à rua e a saída de cena do governador Rui Costa (PT) por recomendações médicas. Foram salvos pelo gongo com a confirmação do senador Jaques Wagner (PT), antes um incógnita. Contudo, continuam no esfacelo por não terem um nome mais forte para encabeçar as forças governistas restando somente ao deputado federal Pastor Sargento Isidório (AVANTE) a boa pontuação nos últimos levantamentos.

A ida de Wagner na linha de frente tentará aglutinar o grupo esquerdista. O petista vai rememorar seus tempos de comandante do Palácio de Ondina e quem sabe, dali, não alimente ainda mais a possibilidade do seu retorno ao governo do Estado a partir de 2022.

Podemos ter surpresas? Sim. Mas o clima não segue tanto com novidade. Tudo indica que conjunturas novas somente no pós Carnaval. Apesar disso, o Bonfim, como bem mencionei, é só a parte de um todo. Ajuda como prévia. Deverá ser mais do mesmo. Um abre alas para a quantidade de eventos e fatos que surgirão até outubro. E haja "paletada", literalmente, até o abrir das urnas… Quem tem fé vai a pé, como diz o povo.

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. É editor do BNews e coordenador de programção da Rádio Excelsior da Bahia. Atua em outros veículos e com consultoria. Twitter: @victordojornal

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