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Anotem: vai ser maior que um palmo

Imagem Anotem: vai ser maior que um palmo
A história e o destino, meus amigos, serão implacáveis  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 30/03/2020, às 06h00   Victor Pinto


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A curva tá subindo e vai demorar de envergar. Tá no pé da ladeira do Pepino, em bom baianês. Na Bahia pode seguir controlada por agora, mas a curva estatística do Brasil sobre o coronavírus começa ganhar o percurso de nações que estão em grave crise de saúde pública, como a França e os Estados Unidos. Mandetta, nosso ministro da Saúde, cujas suas idas e vindas da mistura do discurso político com o técnico - até para garantir o emprego -, faz questão de dizer: estamos ganhando tempo para se preparar para o pior. 

Vai ficar maior que um palmo a distância entre a curva da zona ideal e a do colapso. Diversos especialistas da área têm projetado isso. Fiz referência do palmo, unidade de medida muito popular e que existe desde as primeiras civilizações - os egípcios que o diga - motivado da comparação mencionada pela jornalista Taic Carvalho, da TV Bahia, que viralizou nas redes sociais. Por mais que estatisticamente não tenha senso de explicação, o palmo da medida foi para simplificar o conteúdo tão denso com o qual somos bombardeados diariamente. Não a condeno como muitos fizeram, inclusive colegas de profissão. A população mais simples e humilde entendeu o recado. 

Enquanto isso, com essa tão falada curva em ascensão, o presidente da República sai para dar um rolê no fim de semana como se nada tivesse acontecendo no Brasil. Nero tocando harpa com Roma pegando fogo. Assinou o atestado de culpa para as consequências futuras. A prova está em Milão, na Itália. O inquilino do Planalto fez o jogo para, na onda da recessão esperada, dizer que ele não teve culpa da economia patinar. Se segurasse a saúde como deveria, o impacto não deveria maior como será. A história e o destino, meus amigos, serão implacáveis.  

Mas, não me alongarei em opiniões minhas. Deixo ao leitor a base de comparação e, no que se refere o pedido de retirada do viés ideológico (tá oquei?), tirem suas conclusões:

- “Evitem reuniões de grupos com mais de 10 pessoas, evitem viagens dispensáveis, evitem comer e beber em bares, restaurantes e praças públicas de alimentação. Se todos fizerem essas mudanças ou essas críticas mudanças e sacrifícios agora, nos reuniremos como nação e evitaremos o vírus”. Donald Trump (EUA)

- “A mais grave crise sanitária que a França já conheceu em um século”. Emmanuel Macron (França)

- “Somos a Argentina. Um país unido em que cada um deve comprometer-se com os demais e todos com cada um, começando pelo Estado." Alberto Fernández (Argentina)

- "A partir da noite de hoje, eu devo dar ao povo britânico uma instrução muito simples: você precisa ficar em casa. É uma ação crítica que nós precisamos tomar para impedir que a doença [covid-19] se espalhe pelas nossas casas”. Boris Johnson (Reino Unido)

- “Vocês usam máscaras, então não posso ver seus rostos. Mas no meu coração vocês são as pessoas mais adoráveis." Xi Jinping (China)

- “Essa não é uma batalha solitária do Japão. O mundo todo está confrontando o coronavírus, nosso inimigo comum." Shinzo Abe (Japão)

- “Isto é sério, Vamos levar a sério. Estou absolutamente certa de que sairemos desta crise, mas quão alto será esse sacrifício? Quantos entes queridos vamos perder? Em grande medida, temos as respostas em nossas próprias mãos – todos nós podemos agora agir de forma decisiva e juntos. Podemos aceitar as restrições atuais e permanecer juntos e apoiar um ao outro.” Angela Merkel (Alemanha)

- “Obviamente temos no momento uma crise, uma pequena crise. No meu entender, muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala ou propaga pelo mundo todo”. 
Ou até mesmo: “No meu caso particular, pelo meu histórico de atleta, caso fosse contaminado pelo vírus, não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito, acometido de uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão”. (Jair Bolsonaro, presidente do Brasil) 

Tirem suas conclusões, amigos leitores. E fiquem em casa, se assim puderem. Aos profissionais da Saúde, da Segurança Pública, do Transporte, dos serviços essenciais (supermercados, farmácias e etc) e amigos jornalistas, muito obrigado!

* Victor Pinto é jornalista formado pela Ufba, especialista em gestão de empresas em radiodifusão e estudante de Direito da Ucsal. É editor do BNews e coordenador de programação da Rádio Excelsior da Bahia. Atua em outros veículos e com consultoria. Twitter: @victordojornal

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