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Roubo é roubo

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Bnews - Divulgação

Publicado em 06/07/2020, às 10h19   José Medrado


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Ao ver as imagens de um conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Mato Grosso, Waldir Teis, descendo correndo 16 andares de um prédio para tentar se livrar de cheques no valor de quase R$ 500 mil, possivelmente de origem ilícita, de propina. As imagens foram feitas no dia 17 do mês passado, durante mandado de busca e apreensão no escritório do conselheiro. A vergonha alheia me dominou. De pronto, perguntei-me: não terá mãe, filhos?...Não considera nada disso, quando o ideal é exercer para se locupletar.

Fico sempre impressionado com a falta de qualquer liame dessa gente com os valores morais. Valores é o nome que damos às características de um indivíduo, ou grupo, que definem como individualmente ou coletivamente se comporta e como se relaciona com os outros e com o ambiente em que existe. Esses valores, portanto, são o que distingue entre o que é certo e o que é errado, em determinados agrupamento. 

Infelizmente, no entanto, acompanhamos que esses “cidadãos” estão subvertendo a ordem natural dos valores da sociedade brasileira. Digo isso por força do que, certamente, o amigo leitor, já ouviu diversas vezes, em comparativo, quando comenta algum ilícito perpetrado por alguém, o outro redargue, pior é fulano, geralmente, cita um desafeto. Ou seja, já implantou no Brasil o conceito do comparativo pior, como forma de justificar o que seria menos pior. Concentra-se, de há muito, no quantum e não no fato, na atitude em si. Esse é o Brasil que desce as escadas.

Implanta-se de forma paulatina, contínua o princípio de que o hábito, o costume, faz o monge. Assim, passamos a transigir com um pouco errado e nos fixamos no que é muito errado. O errado, é errado, venha ele em que montante vier. Não é costume, é a indignação que não pode morrer. Os cachorros não costumam latir, eles latem. Diferente de nós que estamos nos acostumando com uma balança onde, segundo, o nosso, digamos: afeto, valorizamos os comportamentos. O governo, do partido A, B ou C que superfatura respiradores, para ganhar propina sobre a saúde do povo, é digno de repúdio veemente, de rechaço sem porém, sem o tal pior é o outro. Todos são infames, desumanos. Lesadores do povo, em especial, o mais pobre, sofrido é que sempre vai sofrer as consequências desses desalmados, quando precisar de um socorro, de qualquer natureza e ou direção. Sei bem do que falo, pois vejo esta realidade no meu dia a dia na Cidade da Luz.

Não nos acostumemos com o ilícito, a ilegalidade, a corrupção, os jeitinhos...Não. Venha de onde vier, praticado por quem for. Precisamos vivenciar  a indignação proativa, reconhecendo os valores que devem ser motivos de orgulho de sermos brasileiros. 

Classificação Indicativa: Livre

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