Artigo
Publicado em 26/07/2020, às 19h48 Túlio Alves*
O Brasil ultrapassou a marca de 80 mil mortes por Covid-19, mostrando que não se trata de uma "gripezinha".
Vale recordar que a gripe espanhola, considerada a maior tragédia sanitária brasileira, ceifou a vida de aproximadamente 35 mil brasileiros, inclusive a do presidente eleito Rodrigues Alves, vencedor da eleição presidencial em 1918.
Naquele tempo, o Brasil não contava com um sistema público de saúde.
Hoje, temos o SUS, um dos maiores e mais complexos sistemas de saúde pública do mundo, comandado por um general que acredita incondicionalmente na controversa "imunidade de rebanho" e um entusiasta do uso da cloroquina.
Distante da estratégia adotada pelo médico sanitarista, Carlos Chagas, no combate à gripe espanhola, o ministro interino da Saúde, general Pazuello, também tem-se distanciado das recomendações de infectologistas brasileiros e estrangeiros e outros profissionais da Saúde.
Alinhado com o pensamento do seu "chefe", o presidente "garoto propaganda" da cloroquina, o general parece acumular outras deficiências, além daquelas relacionadas à epidemiologia e saúde pública. Nesse sentido, vale mencionar a "deficiência" (melhor das hipóteses) em logística, simbolizada na irresponsável retenção dos recursos orçamentários destinados à pandemia.
Inacreditavelmente, o Ministério da Saúde só liberou, até agora, R$ 11,4 bilhões (28%) de um total de R$ 38,9 bilhões previstos para o combate ao coronavírus.
Tal retenção tem produzido um duro e impiedoso impacto nas ações de Estados e Municípios, que têm experimentado um crescente "rombo" nas suas finanças.
Enquanto isso, o povo brasileiro, atordoado pelo longo período de pandemia, descaso do governo federal (há 03 meses sem ministro da Saúde) e empobrecimento crescente, vai experimentando o seu mais repugnante holocausto.
*Túlio Alves é médico anestesiologista e professor de Farmacologia
Classificação Indicativa: Livre
Fones top de linha
Oportunidade
Smartwatch top
Mega Desconto
Tela dobrável