Artigo
Publicado em 10/08/2020, às 07h00 Victor Pinto
O fato do governador Rui Costa (PT) ter passado a arrumação eleitoral deste ano nas 50 cidades estratégicas do partido para o senador Jaques Wagner (PT) quer dizer muito. Criador e criatura voltam às articulações como nunca em um momento crucial de construção de alicerce para 2022.
Apesar de ter sido ofertado retorno ao secretariado de Rui, JW descartou a ideia de regressar e deixar vacante sua cadeira no Senado Federal, dando caminho a Bebeto Galvão (PSB), seu suplente.
Embora Rui tenha alegado que pediu ajuda a Wagner por ter ficado muito atarefado com as questões relativas à pandemia do novo coronavírus, no fundo, e bem no fundo, isso tem sinalizado a possibilidade de candidatura futura de JW. A despeito da sua defesa pela renovação do partido - e isso fora feito quando Éden Valadares assumiu o PT estadual -, Wagner é o único nome do petismo para 2022.
As fileiras petistas baianas querem isso. A aclamação do nome do senador no último congresso do PT, na faculdade de Arquitetura da Ufba, com a presença das principais lideranças e do próprio Rui, mostrou esse sentimento.
Mas isso vai além: o PT fazer acordo para passar cabeça de chapa depois de assumir o poder é algo muito difícil de acontecer. O que o partido não quer é largar o osso. Apoiar o PP? Apoiar o PSD? Cravo ser impossível.
Já existe uma queda de braço velada entre João Leão (PP) e Otto Alencar (PSD) por uma eventual indicação na futura chapa, mas essa guerra fria só seria apaziguada por JW. Caso não haja o ex-governador no cenário, a tendência é de digladiação.
A presidência da Assembleia Legislativa, cuja eleição ocorre ainda sobre o comando de Rui, já mostra a prévia dessa disputa: Nelson Leal (PP) - que não quer cumprir o acordo firmado há dois anos e tenta trazer de volta a reeleição na Casa - duela contra Adolfo Menezes (PSD) - que sonha em sentar naquela cadeira, da qual já abriu mão por duas vezes. Rui será o juiz da contenda, como Wagner será na eleição de 2022.
Só existe, pelo conversado com alguns, uma pedra no caminho: o judiciário. Nome forte do PT nacional, JW pode fazer despertar casos ainda adormecidos nas hostes investigativas, se retornar aos holofotes do Executivo baiano.
Mas, caso prospere o nome de Wagner no grupo da situação, de renovação essa ideia não vai ter nada. Só mesmo a renovação da política hegemônica “cabeça branca”. Já foi de um lado em tempos atrás, agora é de outro em tempos atuais.
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