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O absurdo e o short

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Bnews - Divulgação Arquivo BNews

Publicado em 21/09/2020, às 09h25   José Medrado


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A contaminação de entendimentos anacrônicos acerca do comportamento social tem, em confronto a tudo que se conhece de avanço  no campo da psicologia do comportamento e da sociologia,  gerado estímulo a ume espécie de imposição de uma pauta de costumes ao povo brasileiro, com bases, muitas vezes, em processos tão bem avaliados e explicados pela Psicanálise e a Psicologia. 
Foi assim que vimos aqui BNews, quando um cliente foi "...impedido de entrar no supermercado Wallmart (Grupo Big) no último fim de semana, no bairro de Itapuã, por estar vestido com um short que, de acordo com o segurança do estabelecimento, não condizia com os trajes adequados para um "homem".

Segundo, vemos no vídeo, o rapaz identificado como Pascoal de Oliveira, não poderia entrar no local com o short curto, apesar de não existir nenhuma norma que de fato o impedisse. O segurança ainda alega que tem "crianças" no mercado. A empresa viu como inadmissível a atitude do segurança terceirizado e o afastou, mas vai arcar, certamente, com as consequências, segundo a própria vítima.

Parece que, afirmam muitos estudiosos do comportamento humano, que algumas pessoas se apoiam em princípios religiosos e ou em seu recalques, em uma espécie de inveja, por perceber que alguém esteja gozando (aqui no sentido freudiano, claro, sentindo prazer, satisfação no que faz ou como é) mais do que elas próprias.

Valendo-se de seus equivocados conceitos, muitas vezes neuroses mesmo, para impor os demais o seu juízo de valor do que acha certo, errado, moral ou imoral. Esquecendo-se, ou escondendo de si mesmos, que valores mudam e não voltam atrás. Confundem moral com princípios, conceitos totalmente diversos, que têm, segundo as ciências comportamentais, abordagens relacionadas ao tempo, a época, cultura, sociedade...

Ao partirmos, por outro lado, destes conceitos errados embasados na religião, veríamos com naturalidade a deformação, por exemplo, da compreensão de grupos terroristas do islamismo, que em seu entendimento sobre o Alcorão dizerem ser da vontade de  Alah em matar os “infiéis” ocidentais. E não há sequer possibilidade desta interpretação no livro sagrado do Islã, como sempre me afirma o meu querido amigo, líder espiritual dos muçulmanos na Bahia, Sheikh Abdul Ahmad.

Por fim, e por outro lado, dizem os estudiosos das relações humanas que tudo que nos incomoda no outro está mal resolvido em nós. Tudo. Não tem como fugir.

Classificação Indicativa: Livre

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